Cidades

Habitação e Saúde têm verba para investimentos reduzida

A redução da verba nestas áreas totaliza R$ 11,7 milhões

O Governo Municipal reduziu a verba orçamentária deste ano para investimentos no setor da Saúde em R$ 4,1 milhões e na habitação em R$ 7,6 milhões. Essa decisão, por meio do decreto n. 28180, está publicada no Diário Oficial do Município (DOM) da última sexta-feira.

A redução da verba nestas áreas totaliza R$ 11,7 milhões. O valor, segundo a publicação no DOM, será redirecionado para ações como "Participação Popular, Planejamento e Monitoramento da Ação de Governo, Manutenção de Ações da Defesa Civil, Gestão e Administração do Programa, Gestão da Receita, Implantação e Ampliação de Unidades Municipais, Manutenção dos Serviços Gerais e Obrigações Trabalhistas".

Com o orçamento menor, urbanização de favelas e ocupações irregulares, melhoria da assistência hospitalar, ambulatorial e especialidades, além de qualificação dos trabalhadores e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) foram prejudicados pela iniciativa do prefeito Sebastião Almeida (PT).

O orçamento aprovado para os investimentos em habitação na cidade neste ano foi de aproximadamente R$ 120 milhões. Com o remanejamento, o valor cai para R$ 112,4 milhões. Deste montante atualizado, a Secretaria concluiu pouco mais de 13% em benfeitorias para a população. Ou seja, quase R$ 100 milhões estão à disposição para a realização de obras na cidade nesta área e ainda não foram empregados.

Já na Saúde, a verba para utilizar neste ano chega a cerca de R$ 514 milhões e utilizados aproximadamente R$ 392 milhões na área. Mesmo com as alterações realizadas por Almeida, a Pasta ainda não utilizou R$ 117,9 milhões disponíveis para investir em melhorias no setor. O prazo para que o total seja utilizado termina nos próximos dois meses.

População e vereadores criticam mudanças

Para o vereador e integrante da comissão de higiene e saúde do Legislativo Municipal, José Mário, falta comprometimento de Almeida com a prestação de serviço da Saúde. "Essa atitude ratifica o total descaso com a saúde dos guarulhenses. Ele é um irresponsável! Isso será avaliado pela comissão", afirma ele.

Membro da comissão de habitação da Câmara, o vereador Índio de Cumbica (DEM) destaca que a verba para habitação deveria ter acréscimo pela grande quantidade de favelas que existe, e não reduzir. "Vamos procurar saber quais foram os motivos que levaram o prefeito a diminuir. Guarulhos está cercada de favelas e esta questão precisa de uma solução".

Descontente com o ato do atual prefeito, o mestre de obras, Paulo Lopes, 57 anos, acredita que o processo de reurbanização da cidade deve demorar mais com a redução da verba. "Isso vai retardar o processo de urbanização de áreas carentes do município e prejudicar a população", declara.

Já o professor Alexandre Manoel, 36, afirma que o serviço prestado na área da Saúde é precário e quando necessita utilizar os equipamentos busca alternativas fora da cidade. "O serviço já é ruim e ainda reduz os investimentos!", frisa.

O autônomo Francisco da Silva, 51, critica a qualidade do serviço prestado no município. "Já está bom e com menos dinheiro, o que podemos esperar?", ironiza Silva.

O Guarulhos Hoje procurou a Prefeitura para esclarecimentos sobre o remanejamento de R$ 11,7 milhões das áreas da Habitação e Saúde para outras atividades realizadas pelo Governo Municipal, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

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