Estadão

Hackers da Coreia do Norte invadiram uma das principais empresas de mísseis da Rússia

Um grupo de hackers da Coreia do Norte invadiu as redes de uma das mais importantes empresas de mísseis da Rússia no ano passado, segundo a Agência Reuters. As invasões duraram pelo menos cinco meses, do final de 2021 até maio de 2022.

De acordo com as informações da agência, equipes norte-coreanas de ciberespionagem conhecidas como ScarCruft e Lazarus conseguiram entrar no sistema da empresa russa NPO Mashinostroyeniya, que fica em Reutov, cidade próxima da capital Moscou.

Não foi possível descobrir se algum dado foi obtido pelos norte-coreanos durante os meses em que praticaram atividades de espionagem. Contudo, a Coreia do Norte anunciou novos desenvolvimentos em seu programa de armamentos no ano passado.

A companhia é conhecida por desenvolver mísseis hipersônicos, tecnologias de satélite e armamentos balísticos. As áreas de expertise da empresa russa interessam ao regime de Kim Jong-un desde que a Coreia do norte decidiu criar um míssil balístico intercontinental que poderia atingir os Estados Unidos.

A Reuters tentou entrar em contato com a empresa russa e com a embaixada da Rússia em Washington, mas não obteve resposta. A agência também tentou obter algum comunicado da delegação da Coreia do Norte na ONU, mas também não teve sucesso.

A notícia das atividades de espionagem de hackers da Coreia do Norte ocorre após a visita do ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, a Pyongyang no final do mês passado. O político russo se reuniu com o líder norte-coreano Kim Jong-un para discutir questões militares e o ambiente de segurança regional.

A visita também ocorreu para celebrar 70º aniversário de um armistício que interrompeu os combates na Guerra da Coréia de 1950-53.

A Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA) afirmou que Kim e Shoigu conversaram no dia 27 de julho em Pyongyang e chegaram a um consenso sobre "assuntos não especificados de interesse mútuo no campo da defesa e segurança nacional e no ambiente de segurança regional e internacional".

<b>Testes</b>

Em julho, o país asiático fez o primeiro teste com um míssil balístico de longo alcance em três meses. O lançamento do míssil intercontinental ocorreu apenas alguns dias depois que o país protestou contra a suposta violação de seu espaço aéreo por um avião dos Estados Unidos.

Este lançamento coincidiu com a participação do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, na cúpula da Otan que ocorreu em Vilna, capital da Lituânia.

A última vez em que a Coreia do Norte havia lançado um míssil deste porte foi em 13 de abril deste ano, quando disparou um Hwasong-18, seu primeiro míssil balístico de longo alcance, que utiliza combustível sólido, mais eficiente que o líquido.

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