O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, garantiu nesta sexta-feira que o governo vai publicar ainda em junho o decreto que regulamenta a mudança da meta de inflação. Ela vai passar do modelo de ano-calendário, vigente hoje, para um modelo de meta contínua.
"Vai ser antes da decisão do CMN <i>Conselho Monetário Nacional</i>", disse Haddad, em uma entrevista coletiva na sede da pasta da Avenida Paulista, em São Paulo. "Conforme eu já tinha dito, não tem nenhuma pretensão de eu tomar uma decisão diferente da que já foi tomada no ano passado."
Se o decreto não for publicado até a próxima reunião do CMN, o comitê teria de definir a meta de IPCA de 2027. Desde o ano passado, o colegiado deliberou que a meta de inflação seria de 3% em 2024, 2025 e 2026, com 1,5 ponto porcentual de tolerância para mais ou para menos.
Haddad reiterou que a decisão de manter a meta em 3% foi tomada pelo governo. "É a primeira vez que o governo assume uma meta exigente para garantir o poder de compra do salário", disse. "Pela primeira vez na história, porque é muito fácil definir meta para o governo seguinte. O mais difícil é quando você define uma meta para você."
Segundo o ministro, o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua, hoje em processamento pela Fazenda e Casa Civil, também trará inovações na transparência do sistema.