Em debate com empresários promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) comparou o "sistema de cooptação de apoio" do governo federal, por meio do Orçamento Secreto, com "o trabalho de cooptação" realizado pelo Executivo paulista.
"O orçamento secreto foi o maior sistema de cooptação de apoio da história do Brasil. O País não tem a menor estrutura de planejamento para saber qual a coerência dos investimentos públicos que estão sendo feitos", disse. Por meio do Orçamento Secreto, o governo Bolsonaro e seus aliados destinam emendas a parlamentares, sem transparência e critérios, em troca de apoio no Congresso.
O ex-prefeito comparou a gestão federal com os governos tucanos em São Paulo. "Aqui em São Paulo a situação não é melhor. O trabalho de cooptação que foi feito não foi em relação à Assembleia Legislativa … mas em relação às prefeituras", explicou. De acordo com ele, houve um "sistema de cooptação de prefeitos", no qual o gestor usa dinheiro público "para sentar com prefeito e fazer acordo político".
Haddad criticou o aumento de impostos e o não enfrentamento à guerra fiscal das gestões anteriores. O ex-prefeito afirmou ainda que os indicadores de investimento do governador Rodrigo Garcia (PSDB), seu adversário na corrida estadual, não significam que os recursos foram investidos.
"Não se iludam com indicadores de investimentos do governo do Garcia. São convênios e repasses para estatais, não significa que o dinheiro foi investido", disse. "O investimento foi feito porque o repasse foi feito, mas isso não significa nada", continuou.
Os encontros da Fiesp vão reunir outros candidatos ao governo de São Paulo, além dos presidenciáveis.
<b>Vice</b>
Cotada para vice na chapa de Fernando Haddad, a ex-secretária da Pessoa com Deficiência na Prefeitura de São Paulo Marianne Pinotti (PSB) marca presença no debate promovido pela Fiesp. Haddad participa de sabatina nesta manhã para discutir propostas de governo.
Na terça-feira, 2, Haddad confirmou que a ex-ministra Marina Silva (Rede) recusou o convite para ser vice na chapa petista. Marina vai concorrer à Câmara dos Deputados e é vista como uma boa puxadora de votos pela sua legenda.
"O lugar dela em virtude do compromisso com a Amazônia é Brasília", disse o candidato, ao explicar a justificativa dada por Marina.