O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, 10, que quer usar a presidência brasileira no G20 para que os países possam discutir instrumentos financeiros que possibilitem uma "reglobalização sustentável". "Precisamos retomar o processo de globalização, mas não nos termos que ela se deu no passado, com muitos desequilíbrios, mas de forma que coloque na ordem do dia a questão social e ambiental. A crise de 2008 ensejou um processo com muitos prejuízos a países em desenvolvimento", disse Haddad durante participação virtual no Fórum de Governadores da Amazônia Legal.
Além disso, pontuou Haddad, a presidência do G20 que começa em dezembro também servirá para o Brasil colocar o tema da sustentabilidade em destaque, inclusive com a cobrança para que as nações desenvolvidas aportem recursos para ações de preservação ambiental, iniciativa que já foi "prometida e nunca cumprida", disse o ministro.
Haddad destacou também que a liderança brasileira no fórum econômico se dará no ano que antecede a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30) a ser sediada no Brasil, em 2025. "Temos que, ao liderar o G20, oferecer alternativas de financiamento do desenvolvimento sustentável, reduzir as barreiras que impedem nossas exportações para países desenvolvidos, e permitir a neoindustrialização sustentável dos países em desenvolvimento", disse o ministro, destacando ainda que o Plano de Transformação Ecológica (PTE) do governo, que traz "medidas protetivas aos biomas" brasileiros, foi bem recebido no exterior.
"A Amazônia é central nesse debate, e o agro é central, tanto o agronegócio como agricultura familiar. Temos que imaginar o próximo período como grande oportunidade para o Brasil, tanto na COP como no G20, oferecer os melhores propostas, alternativas para retomarmos o projeto de desenvolvimento em novas bases em termos globais", continuou o ministro, segundo quem o governo já está se preparando para receber a conferência do clima, ressaltando ainda os recentes dados divulgados pelo governo de redução no desmatamento da Amazônia, que caiu 22% em um ano.