Estadão

Haddad diz esperar que novo arcabouço permita ao País planejar o longo prazo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse esperar que o novo arcabouço fiscal permita ao País planejar o longo prazo. Ele afirmou que o Brasil passou por um período muito longo de crescimento baixo e pouco ou nenhum planejamento. Segundo o ministro, o País fica preso na "armadilha do curtíssimo prazo".

"O Brasil se vê prisioneiro do curto prazo há muito tempo. É uma armadilha da qual temos de sair se queremos pensar em desenvolvimento. Não é possível um país continental como o Brasil continue a pensar da mão para a boca, com baixa capacidade de planejamento e ambiente muito pouco convidativo ao investimento", disse Haddad.

O ministro falou no seminário "Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI", promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em parceria com o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Para Haddad, são três os desafios de momento do governo: a questão social, que se faria sentir pelo aumento persistente da pobreza e da desigualdade; a agenda ambiental, que definiu como pauta de interesse mundial; e a "incontornável" sustentabilidade fiscal. "Isso contas saneadas é importante para garantir o desenvolvimento sustentável do País", disse o ministro.

Ele se referiu às novas regras fiscais, já apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas ainda não tornadas públicas, como a saída das preocupações de curtíssimo prazo. "Espero que o curto prazo se encerre com a aprovação do arcabouço fiscal que substitua o antigo", comentou.

Uma regra que conduza o País para o desenvolvimento sem nenhum risco inflacionário ou descontrole de dívida, mas que, ao mesmo tempo, permita tratar com mais dignidade o cidadão brasileiro e estabeleça parâmetros para o Brasil fazer a sua transição ecológica", disse.

Noutro momento do discurso, Haddad definiu as novas regras fiscais como a linha fina que vai permitir ao chamado governo Lula 3 ser fiel a seus compromissos de campanha e, ao mesmo tempo, "oferecer ao Estado brasileiro uma base fiscal sustentável para garantir direitos sociais previstos na Constituição".

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