O candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, se comprometeu a ter 50% de mulheres na composição de seu secretariado, caso seja eleito. "Nosso governo vai ser paritário", disse o petista, durante evento no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, anteontem.
"Queremos dividir o poder, porque a forma de democratizar o poder é dividindo. As mulheres correspondem a 40% da produção científica brasileira e precisam de espaço para mostrar seu valor", disse o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação. Quanto à igualdade racial, Haddad disse que "vamos ter mulheres negras neste processo", mas não estipulou uma cota específica para esse segmento.
Haddad estava acompanhado do candidato ao Senado, o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), e de candidatos à Câmara dos Deputados da coligação, formada, além do PT e PSB, por PCdoB, PV, PSOL, Rede e Agir.
Ao discursar no sindicato, Haddad focou em temas de interesse direto dos trabalhadores. O candidato petista prometeu aumentar o salário mínimo no Estado de São Paulo, que atualmente varia entre R$1.284 e R$1.306. "Vou aumentar o salário mínimo paulista. No dia 2 de janeiro, vou mandar um PL (Projeto de Lei) para a Assembleia Legislativa. O salário mínimo vai ser de R$1.580", afirmou. A proposta do petista significa uma alta de 21% a 23% em relação ao piso atual.
<b>CESTA BÁSICA</b>
Em seus 15 minutos de discurso, Haddad também prometeu reduzir o preço dos bens de primeira necessidade. "Vou tirar o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) tanto da cesta básica quanto da carne, porque as pessoas querem voltar a comer carne", afirmou. É um direito da população comer proteína também, não é só para rico."
Haddad acrescentou, ainda, que no primeiro domingo após sua posse no governo paulista, se eleito, "vai ter churrasco na laje, com picanha e cerveja". A fala faz referência ao discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, que afirmou na sexta-feira passada, em duas entrevistas diferentes, que "não há fome pra valer no Brasil", e que "não dá para ter filé-mignon para todo mundo". As afirmações repercutiram nas redes sociais.
O ex-prefeito de São Paulo disse também que Bolsonaro "está no mundo da Lua" ao dizer que não existe fome no Brasil. "Ele ficou chateado com Lula no Jornal Nacional", afirmou o ex-ministro, em referência à entrevista do ex-presidente na quinta-feira passada. Para Haddad, os apresentadores do telejornal, William Bonner e Renata Vasconcelos pediram desculpas ao ex-presidente quando disseram que ele "não devia nada à Justiça". "Eles tiveram de pedir desculpa do jeito deles", afirmou.
Na entrevista, Bonner destacou apenas que as condenações impostas a Lula foram anuladas por razões processuais e que o petista estava liberado para concorrer à Presidência, mas ressaltou que houve corrupção na Petrobrás.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>