Após reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 30, que mostrou ao chefe do Executivo diversas alternativas, inclusive com a antecipação de medidas previstas apenas para 2024.
Lula admitiu na última sexta-feira, 27, que o governo "dificilmente chegará à meta zero", até porque o chefe do Executivo "não quer fazer cortes em investimentos e obras".
"Apresentei os cenários possíveis. Se eu tiver que antecipar medidas e o Planalto concordar, eu encaminho. Mas se eu mandar tudo que precisa para o Congresso, não serão capazes de digerir tudo", completou o ministro da Fazenda.
Haddad afirmou que o seu papel é buscar o equilíbrio fiscal. "Farei isso enquanto estiver no cargo. Não é por pressão do mercado ou porque eu sou ortodoxo, é porque acredito que depois de dez anos o Brasil precisa voltar a olhar para as contas públicas. Estou fazendo porque eu acredito", completou.
<b>Convocação de líderes</b>
O ministro da Fazenda disse que Lula pediu que o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, convoque líderes do Congresso para apresentar cenário de medidas que podem ser antecipadas.
"Vou anunciar medidas quando estiverem validadas pelo presidente", afirmou. "As vitórias que tivemos esse ano no Supremo Tribunal Federal foram expressivas, mas não resolvem problemas de decisões de 2017", repetiu em referência à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins.