O recém indicado para o Ministério da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 9, que quer conversar com o seu colega do Planejamento antes de informar quais nomes comporão seu secretariado para ter um grupo coeso. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, porém, ainda não anunciou quem comandará a Pasta.
Haddad disse que ainda não fez convites formais para os cargos de sua equipe, mas que já "sondou muita gente". Ele prometeu conversar "longamente" com a imprensa na próxima terça-feira, dia 13.
Sobre a criação de uma regra fiscal para o próximo mandato, Haddad disse que pretende receber propostas. "E pretendo receber propostas, claro, e não só da transição. Vou ouvir técnicos do Tesouro, vou ouvir a academia, vou ouvir os economistas em que eu confio", explicou.
Questionado o que diria a quem teme um ministro gastador, Haddad recomendou pesquisar sobre o <i>investment grade</i> da prefeitura de São Paulo. "Fui o primeiro prefeito a conseguir grau de investimento do Pais. Se você não olhar para a trajetória da pessoa, vai cair em fake news. Para que mais fake news", questionou, acrescentando que essa fase já acabou.
O novo ministro disse que o arcabouço fiscal será anunciado no ano que vem e que há, inclusive, uma lei para isso. "A reforma tributária pode ser junto, não tem problema. O importante é ter uma agenda para 2023 forte, recuperar os acordos internacionais, que estão parados, especialmente o da União Europeia", citou.
Segundo ele, o arcabouço fiscal, a reforma tributária e o acordo com a UE são os "três grandes movimentos" para 2023.
Perguntado pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) sobre se o processo de acessão à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estará de fora das prioridades, Haddad não respondeu diretamente e disse apenas: "Teremos outros também."