O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o plano de transição ecológica que será a marca do governo deverá ser implementado até 2026 e que a questão ambiental permeará o governo, exigindo a adaptação de todos os ministérios. Ele lembrou que apresentou a proposta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última semana e que a recepção foi positiva. Lula teria dito que esse não era um plano, mas um novo País.
"A implementação do plano de transição ecológica começa este ano e se desdobra ao longo do mandato. Esperamos finalizar a implementação em 2026", disse, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV.
Haddad mencionou iniciativas do governo. Sobre o novo PAC, que ainda será lançado, ele disse que a nova versão do programa terá muito mais atenção às questões ambientais. Também lembrou que o programa automotivo do governo, que concede desconto para a compra de veículos mais verdes, foi criticado no início, mas acabou tendo sua importância reconhecida por incentivar a compra de carros populares, caminhões e ônibus menos poluentes.
O plano de transição ecológica também vai mapear possibilidades de desenvolvimento para o País. "O Brasil tem vantagens competitivas únicas e o presidente Lula abre muitas portas no exterior", disse o ministro. Como exemplo, Haddad falou da discussão sobre combustível de aviação e disse que o Brasil pode oferecer soluções tecnológicas, como avanços em turbinas movidas à biodiesel.
Outro ponto destacado pelo ministro foi o Imposto Seletivo, que será criado na reforma tributária. Ele incidirá sobre produtos que o governo queira coibir o consumo, por gerar malefícios à saúde ou meio ambiente. Haddad destacou que produtos que atendam a critérios ambientais não pagarão esse tributo. Ele reiterou que não há objetivo de congelar a Amazônia, mas sim de preservar a floresta e conciliar com desenvolvimento da região.
O ministro pontuou que há questões regulatórias que precisam ser resolvidas. Como exemplo, falou sobre a exploração de terras raras e lítio, que precisam de um marco para a mineração, e também a consulta pública da lei que organizará o mercado de crédito de carbono no País.
Ao lembrar da vocação agrícola do Brasil, Haddad pontuou sobre a questão dos fertilizantes, já que o País é muito dependente da importação do produto. Ele também reiterou a diversificação da matriz energética no Brasil, frisando que ela já é limpa.