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Haddad: Meta de inflação não está na pauta da reunião do CMN de quinta-feira

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 14, que uma eventual mudança das metas de inflação não estará na pauta da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) marcada para esta quinta-feira, 16 de fevereiro, como antecipou o <i>Broadcast</i>, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

"Não está na pauta do CMN. Existe uma coisa chamada Comoc Comissão Técnica da Moeda e do Crédito que define a pauta do CMN. A discussão do regime de metas não está na pauta", disse Haddad.

O debate sobre mudança das metas de inflação foi iniciado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Lula tem criticado publicamente a taxa de juros, atualmente em 13,75%, as metas de inflação, de 3,25% para 2023 e de 3% para 2024 e 2025. O presidente tem defendido uma redução da Selic para estimular a economia e a concessão de crédito.

Além de Lula, diversos parlamentares do PT têm criticado o patamar de juros no Brasil. O partido lançou na Câmara nesta terça-feira uma frente parlamentar "contra juros abusivos". O ato político, coordenado pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), contou com a presença da presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann. Nos discursos, houve menção ao economista André Lara Resende, um dos idealizadores do Plano Real, que tem criticado o nível da taxa básica de juros, a Selic, mantida em 13,75% na reunião mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom).

Como mostrou o <i>Broadcast</i>, Lula teria avisado à equipe econômica que quer um aumento de um ponto porcentual na meta de inflação de 2023. Ele avalia que, com uma meta maior, seria possível reduzir os juros para um patamar próximo de 12% no fim no ano, com cortes consecutivos de 0,25 e 0,50 ponto porcentual, afirmaram técnicos do Ministério da Fazenda ao <i>Broadcast</i>. As projeções do Focus apontam para uma Selic ao final deste ano em 12,75%.

A estratégia do presidente da República passa pela busca do apoio explícito dos empresários pelo corte de juros para contrapor o mercado financeiro, que tem aumentado as expectativas para a inflação com as sinalizações de elevação da meta.

As declarações feitas ontem pelo presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes Ferreira, de que o BC está "atrás da curva" e já deveria estar "cortando mais rapidamente" os juros foram bem avaliadas por Lula e pela ala do governo que pressiona o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.

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