O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), refutou nesta segunda-feira, 2, a teoria de que as indicações para a reforma do seu secretariado seriam parte de uma articulação política com foco na sucessão municipal de 2016. Em discurso na posse dos correligionários Alexandre Padilha, como secretário de Relações Governamentais, e de Eduardo Suplicy, como secretário de Direitos Humanos e Cidadania, Haddad disse não ter recebido jamais uma ligação da presidente Dilma Rousseff ou do ex-presidente Lula durante os anos que ocupou o ministério da Educação para contratar qualquer pessoa. Haddad esteve à frente do ministério de 2005 a 2012 em uma pasta que, ressaltou na solenidade de hoje, tinha o dobro do orçamento da Prefeitura.
Haddad afirmou que a ideia de trazer Padilha para a secretaria nasceu de uma conversa com o ex-secretário da pasta Paulo Frateschi. E disse estar muito feliz de contar com pessoas como Padilha e Suplicy em sua gestão. ” Nossa tradição não é uma tradição hierárquica, a gente nasceu na base do partido. Infeliz do chefe do executivo que tem medo do brilho de outras pessoas”, afirmou.
Nos bastidores, fontes relataram que a indicação dos dois foi articulada por Lula para isolar a senadora Marta Suplicy, que ameaça deixar o partido para concorrer à Prefeitura em 2016 contra a reeleição de Haddad. A indicação de Gabriel Chalita (PMDB) para a secretaria municipal de Educação também teria sido articulada pelo ex-presidente para fortalecer a candidatura de Haddad no pleito do ano que vem e fechar as portas para Marta.