O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou quinta-feira, 21, que "perseguir" a meta fiscal estabelecida pelo governo é "importante" porque demonstra a seriedade do País com as contas públicas. O ministro foi questionado sobre a menção ao compromisso feita no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que alertou para a importância do resultado, sob pena de limitar a queda dos juros.
"Perseguir meta fiscal, como diz o comunicado, é importante porque demonstra a seriedade do País com as contas públicas", respondeu Haddad, para quem o Brasil ainda tem um cenário mais confortável que outros países. Ao fazer a defesa, Haddad também voltou a apontar a necessidade de apoio do Congresso no cumprimento da meta, no sentido de que o Parlamento não aprove novas despesas e desonerações.
Como mostrou hoje o <i>Broadcast</b>(sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), enquanto o governo luta contra as resistências para levantar os R$ 168,5 bilhões em novas receitas que colocam de pé o resultado primário zero em 2024, o Congresso tem levado adiante uma "pauta-bomba" com novas despesas que podem custar até R$ 88,5 bilhões aos cofres federais.
"Tenho certeza que, a cada etapa, o Congresso está aberto a entender o que nos levou a seguir com as medidas", disse ainda Haddad, referindo-se ao pacote de medidas que elevam a arrecadação no próximo ano em R$ 168 bilhões, necessário para a equipe econômica cumprir o déficit zero. "Fazendo corrigir as distorções tributárias que o Brasil acumulou nos últimos anos e que causaram a erosão da base fiscal", disse.
Sobre o almoço com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta quinta-feira, 21, Haddad respondeu que esses encontros são periódicos e servem para uma troca de informações técnicas entre as duas autoridades, inclusive de observação do cenário internacional. O ministro destacou as informações sobre os juros de longo prazo nos Estados Unidos, as quais classificou como "notícia ruim". Segundo Haddad, o assunto foi tratado ontem entre ele e a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen.
"Já estava marcado há algum tempo (o almoço), sempre trocamos informações técnicas, a percepção da economia. Ele faz o mesmo pelo Banco Central", disse o ministro. "A gente tenta alinhar as informações para tomar as melhores decisões no futuro. Sempre preocupados com o que está acontecendo no mundo. Hoje tivemos nos EUA uma notícia ruim do ponto de vista dos juros de longo prazo", disse.