O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse nesta quarta-feira, 14, que o próximo presidente da Petrobras terá de ser alguém que "entende do setor" de petróleo. Questionado sobre o nome do senador Jean Paul Prates (PT-RN) durante entrevista à <i>GloboNews</i>, o petista se limitou a responder que ele "entende do setor".
Durante a entrevista, o futuro ministro disse que uma reunião com o futuro presidente da empresa será sua prioridade, assim que o nome for definido pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Sobre a política de preços da Petrobras, Haddad afirmou que será necessário estudar alternativas, especialmente em um momento de queda do petróleo no mercado internacional.
"A suavização é uma prática corrente", comentou Haddad, acrescentando que os preços de combustíveis são importantes no País, devido à dependência do Brasil da malha rodoviária. "Vamos ver o presidente da Petrobras que o Lula escolhe. Você pode ter certeza que a primeira coisa que eu vou fazer é sentar com ele."
Ele reconheceu ainda que a política de preços de combustíveis adotada no começo da década passada – ou seja, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) – acabou prejudicando o etanol.
O futuro ministro afirmou também que um equívoco desse governo foi não ter percebido que a crise econômica enfrentada tinha elementos estruturais, embora tenha elogiado a maneira como o governo Lula enfrentou a crise de 2008, com medidas anticíclicas.
<b>Concessões e PPPs</b>
Haddad defendeu ainda na entrevista à <i>GloboNews</i> a adoção de Parcerias Público-Privadas (PPP) para viabilizar investimentos e obras de infraestrutura no próximo governo. "Há um conjunto enorme de projetos sustentáveis que podem ser concedidos para a iniciativa privada: concessão de aeroporto, de estrada, (tudo) adotando princípios como de modicidade tarifária."
Ele comentou que a China estabelece muitas PPPs para "fazer as coisas crescerem" e que concessões e PPPs "têm de entrar na ordem do dia". "Temos de destravar. Na área de mobilidade urbana, não tem como fechar conta (do preço dos projetos) sem PPP. Há muitas concessões a serem feitas que não dependem de recurso público", afirmou.
Argumentou ainda que a governança dos projetos se torna "mais robusta" com o envolvimento da iniciativa privada. "Muitos projetos dependem de uma pequena contribuição do Estado."
Haddad lembrou que o programa Prouni, que oferecia bolsas para estudantes cursarem o ensino superior em faculdades privadas, também é uma PPP.
Ele também comentou que, a convite do ex-ministro da Fazenda no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, Guido Mantega, foi a Brasília para "fazer a lei das PPPs". "Uma das razões pelas quais trouxe (o futuro secretário executivo da Fazenda, Gabriel) Galípolo é que ele é especialista em PPP."