Negociadores do Hamas se encontraram com os líderes do grupo militante nesta sexta-feira, no Catar, para discutir se concordam com uma trégua de longo prazo com Israel. Uma autoridade afirmou que o grupo estaria inclinado a aceitar a proposta mediada pelo Egito.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também se encontrou com oito membros do gabinete de segurança durante três horas nesta sexta-feira para discutir os próximos passos do país. Eles não quiseram fazer comentários sobre a reunião.
Israel e o Hamas seguem negociando durante uma trégua de cinco dias, confirmada nesta semana e que deve acabar na segunda-feira. O diálogo tem como objetivo assegurar o fim do conflito da Faixa de Gaza e redesenhar o mapa da região, que foi bastante prejudicada pelo combate.
Representantes de facções palestinas no Cairo afirmaram que houve progresso nas negociações. Uma autoridade do Hamas disse que só falta o grupo aceitar a oferta e que eles já estavam finalizando o acordo. Ele afirmou que a decisão daria fim às hostilidades e responderia a algumas das necessidades imediatas do Hamas, incluindo a provisão de materiais para a reconstrução da Faixa de Gaza.
A proposta deve incluir a suspensão de algumas restrições impostas à Faixa de Gaza por Israel e Egito após o Hamas tomar o controle da região, em 2007. O Egito sugere que as forças do governo central da palestina, gerido pelo presidente Mahmoud Abbas, assumam a responsabilidade pela fronteira.
A União Europeia também se ofereceu para cuidar das divisas de Gaza para evitar o comércio de armas ilegais, insistindo na importância de um cessar-fogo de longa duração. Os ministros das Relações Exteriores europeus disseram que um retorno ao status quo no qual o país se encontrava antes da última guerra “não é uma opção”.
A UE está preparada para “desempenhar um papel relevante” no controle das divisas, enquanto garante a segurança de Israel, disse a gerente de Política Estrangeira do bloco econômico, Catherine Ashton. O grupo de países europeus se ofereceu para reativar e estender sua missão em Rafah, na fronteira com o Egito, e outros postos de controle, contanto que haja um mandato do Conselho de Segurança da ONU e um cessar-fogo sustentável.
A trégua recente é a mais longa declarada desde o começo do conflito, no mês passado. Os ataques entre israelenses e o Hamas mataram mais de 1.900 palestinos, a maioria deles civis, de acordo com autoridades palestinas e da Organização das Nações Unidas (ONU). Em Israel, 67 pessoas morreram, incluindo três soldados. Fontes: Associated Press e Dow Jones Newswires.