No mesmo dia em que a McLaren decidiu não participar do GP da Austrália após um dos seus funcionários ser detectado com coronavírus, o britânico Lewis Hamilton criticou a realização da etapa de abertura da temporada 2020 da Fórmula 1 no circuito de Melbourne. A prova ocorrerá no domingo, sendo que o primeiro treino livre está agendado para as 22 horas (de Brasília) desta quinta-feira.
"Estou surpreso por estarmos aqui. Me assombra que ainda estejamos nesta sala. Que haja tantos fãs aqui", disse Hamilton, na entrevista coletiva prévia ao GP. "Parece que o resto do mundo está reagindo um pouco tarde, mas a F-1 segue adiante."
A declaração de Hamilton se dá na sequência de adoção de algumas medidas drásticas, como o anúncio por Donald Trump que os Estados Unidos não permitirão a entrada de pessoas da Europa no país presidido por ele.
O GP da Austrália costuma atrair 300 mil pessoas e nada indica que o público será inferior neste ano. Quando questionado sobre o que pensava levar os organizadores a insistirem na realização da corrida, o hexacampeão mundial respondeu: "O dinheiro manda".
Há preocupação com a presença das equipes italianas Ferrari e AlphaTauri, assim como da fornecedora de pneus Pirelli em Melbourne. A Itália é um dos países mais afetados pelo coronavírus.
A Fórmula 1 e a Federação Internacional de Automobilismo disseram em um comunicado que estão "consultando todas as autoridades relevantes para decidir os próximos passos. Nossa prioridade é a segurança dos fãs, das equipes e de todo o pessoal da corrida".
O GP da China, país onde se iniciou o surto, já foi suspenso – seria a terceira prova da temporada. O GP do Bahrein, a segunda prova do campeonato, segue inalterada no calendário, mas ocorrerá sem a presença de público.