Marcelo Adnet, ator e humorista – Ping
<b>Você continua a ser atacado nas redes sociais? Consegue identificar o perfil das pessoas que atacam você?</b>
Sim, continuo. Praticamente 99,9%, sem exagero, são de fiéis apoiadores do presidente, chateados com alguma piada ou com alguma postura minha. Então, não é nada que me surpreenda, não.
<b>Como você acha que o governo federal deveria se posicionar em relação à crise do coronavírus? </b>
Acho que deveria ter assumido a pandemia, deveria o quanto antes ter dedicado verbas para instruir a população sobre o uso de máscaras, uso de álcool gel. Deveria ter um plano para dar mascaras e álcool gel para população carente. Deveria ter feito tudo o que não foi feito. Ficou uma guerra entre a imprensa, que informava, e o governo, que queria desinformar o tempo todo. Uma situação absolutamente patética, de pessoas negando, desprezando a pandemia. É tudo muito triste.
<b>Quais lições você acha que essa pandemia deixará?</b>
Apesar de ser um desastre, a pandemia é também uma oportunidade única de todos nós termos de nos desconectar de tudo, e estabelecer uma vida nova. Talvez alguns erros que cometêssemos no passado não vamos voltar a cometê-los. Acho que vamos ser mais cuidadosos com a higiene, temos tudo para sermos mais altruístas e fazer que a sociedade civil seja capaz de fazer campanhas para apoiar causas, pessoas e comunidades. E muitas reuniões inúteis podem deixar de acontecer. Acho que a gente tem que saber também onde acelerar e onde desacelerar.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>