O outrora poderoso produtor de cinema Harvey Weinstein passou por um procedimento cardíaco em um hospital da cidade de Nova York na noite de quarta-feira, 4, e, no dia seguinte, foi transferido para uma prisão em Rikers Island para prisioneiros que precisavam de proteção especial, disse seu porta-voz.
Weinstein foi condenado no mês passado por estupro e agressão sexual após um julgamento em Manhattan que muitos viram como um marco no movimento #MeToo. Um juiz ordenou que ele fosse preso até sua sentença, prevista para ser proferida na próxima semana. Mas, horas após o veredicto, Weinstein, de 67 anos, apresentou uma alta alarmante na pressão arterial, além de palpitações cardíacas, segundo seus advogados. Ele foi levado diretamente da Suprema Corte para o Bellevue Hospital Center, onde foi tratado por dez dias em uma ala reservada a detentos.
Weinstein teve um stent implantado para aliviar um bloqueio, disse seu porta-voz, Juda Engelmayer. O procedimento durou pelo menos duas horas.
O Departamento Prisional de Nova York não respondeu a perguntas sobre a condição de Weinstein na quinta-feira, 5. Na semana passada, foram divulgadas imagens online do produtor sentado em uma sala comum em Bellevue, assistindo à televisão em uma poltrona, próximo de uma cadeira de rodas.
As fotos suscitaram questões sobre se ele estava recebendo tratamento especial em relação a outros presos, suspeita negada pelas autoridades carcerárias. Na quinta-feira, assessores de Weinstein afirmaram que funcionários da prisão transferiram Weinstein para Rikers Island um dia após uma cirurgia cardíaca para evitar o aparecimento de favoritismo.
Weinstein foi enviado ao Comando da Enfermaria do Norte da prisão sob custódia protetora, de acordo com o site do Departamento de Correção e seu porta-voz.
Weinstein – que, segundo amigos, teme ficar atrás das grades – pode pegar até 29 anos de prisão quando for sentenciado, na próxima quarta-feira, 11. Ele contratou um consultor penitenciário para ajudá-lo na adaptação da vida em uma cela.
Um júri de sete homens e cinco mulheres condenou Weinstein pelo estupro de uma atriz em um hotel de Manhattan, em 2013, e por forçar sexo oral a uma assistente de produção, em 2006. Mas o júri o absolveu das duas acusações mais graves: agressão sexual predatória.
Seis mulheres testemunharam durante o julgamento de que Weinstein as havia agredido sexualmente, mas ele não foi acusado criminalmente nesses casos. Enquanto o júri lia o veredicto, Weinstein disse várias vezes a seus advogados: "Mas sou inocente". Poucas horas depois, ele foi hospitalizado com dores no peito. (Com agências internacionais).