Os casos de hepatite B no Estado de São Paulo caíram 17% no ano passado em relação ao ano de 2015, segundo levantamento da Secretaria de Estado da Saúde. A pasta associa a queda à imunização da população, mas o Estado ainda não bateu a cobertura vacinal de 95% e uma campanha neste mês tenta atingir a meta. O Brasil registrou em 2019 os piores índices de cobertura entre as principais vacinas para bebês, como mostrou o <b>Estadão</b>.
A doença é causada pelo vírus B da hepatite e a infecção pode ocorrer por contato sexual desprotegido, uso de objetos contaminados, como alicates de unha, compartilhamento de seringas, uso de material não esterilizado ao fazer tatuagens ou colocar piercings e também da mãe para o bebê. No ano passado, foram registrados 2.564 casos. Em 2015, foram 3.097. A doença é silenciosa e pode desencadear problemas graves, incluindo câncer.
"A infecção pode passar despercebida, com evolução de dez a 20 anos, mas o tratamento pode ser feito a qualquer momento e deve ser feito precocemente para não evoluir para fibrose hepática, cirrose e câncer", explica Tatiana Lang D Agostini, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE). A doença não tem cura, mas pode ser controlada com medicamentos.
Nas fases graves, o paciente pode apresentar sintomas como fadiga, náuseas, vômitos, falta de apetite, perda de peso e pele e olhos amarelados (icterícia). Tomar a vacina é a melhor forma de evitar a doença. "A vacina é tomada ao nascer e com 2, 4 e 6 meses de vida. Ela está no calendário da criança desde 1998 e, a partir de 2016, passou a ser ofertada para todas as faixas etárias."
A imunização é feita com a vacina pentavalente, que está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e protege ainda contra difteria, tétano, coqueluche e Haemophilus influenza tipo b (Hib). São aplicadas três doses. O intervalo para a 2ª dose é de um mês após a primeira e, para a terceira, é de seis meses.
"É uma vacina segura usada há décadas e de alcance universal. Com as três doses básicas, não precisa tomar novamente. Se a pessoa perdeu a carteira, o ideal é tentar resgatar esse registro no posto de vacinação. Se não for possível, vai ter de vacinar novamente", diz Núbia Araujo, diretora de Imunização da secretaria.
<b>Governo faz campanha para várias vacinas de crianças e adolescentes</b>
Segundo Núbia, a cobertura vacinal do imunizante do Estado está em 85%, abaixo da meta de 95%, mas a pasta pretende atingi-la em uma campanha que está sendo realizada neste mês. "Falta pouco. Estamos em uma campanha de multivacinação para crianças e adolescentes menores de 15 anos e esperamos alcançar a meta agora em outubro, que é uma oportunidade de atualizar a carteira de vacinação."
No início do mês, o Estado iniciou uma campanha de vacinação contra a poliomielite e vai oferecer outros 13 imunizantes para atualizar a caderneta de crianças e adolescentes de até 14 anos. A mobilização será realizada até o dia 30 e o dia D será no próximo sábado, 17.