Guarulhos

História de Guarulhos é tema de bate-papo na Bienal do Livro

Ao longo desta quinta-feira (6), a Bienal do Livro de Guarulhos “Páginas que Conectam” destaca mais um dia com inúmeras atividades literárias, bate-papo com escritores e calorosa interação com o público. No início da tarde, o historiador Tiago Cavalcante Guerra, professor da rede municipal e responsável pela Associação Amigos do Patrimônio e Arquivo Histórico (AAPAH), conversou com os visitantes do espaço sobre a produção historiográfica na cidade.
 
De acordo com Tiago, se num dado momento é possível identificar uma geração de autores cuja produção historiográfica ficou centrada em aspectos cronológicos e factuais, por outro, há produções da nova geração de historiadores bastante interessantes, que colocam em perspectiva a história produzida a partir dos núcleos populacionais da periferia e seu movimento rumo aos grandes centros urbanos, característica visível na constituição do município.
 
“Se pensarmos que a Festa da Carpição na região de Bonsucesso é uma tradição com quase 300 anos, torna-se estranho o fato dessas primeiras obras ignorarem por completo outros elementos constitutivos da cidade, tão importantes quanto a região central”, explica Tiago. Como forma de lançar um novo olhar sobre o modo como a cidade se constitui, o jovem escritor cita obras com as quais teve oportunidade de colaborar e que são referências para aqueles que desejam saber mais sobre a história local: “Cecap Guarulhos: história, identidades e memórias”, “Guia Histórico Cultural de Logradouros” e “Signos e significados em Guarulhos: identidade, urbanização, exclusão”.
 
Árvore da Vida
Com a proposta de apresentar os usos práticos de sua obra “Palavras que abraçam”, a autora Thaís Pimenta reuniu os participantes do bate-papo numa roda, enquanto oferecia a eles alguns dos elementos abordados no livro sobre a visão sistêmica das palavras. Para a jovem escritora guarulhense, as palavras têm grande poder, nos abraçam e nos convidam a importantes reflexões e, nesse sentido, têm relação com aspectos fundamentais da existência humana e que dizem respeito à família e relacionamentos, trabalho e negócios, corpo e saúde e ancestralidade e destino.
 
“O objetivo da árvore das conexões é nos ligar às palavras da árvore da vida, que por sua vez vai conectar cada um de nós ao nosso interno, ao caminho, ao encontro com sua natureza em sua essência”, explica Thaís.
 
Quem é o Zeca?
Lançado pela Editora Suinara, “Zeca na família”, da escritora Elisabete Baptista, é uma obra que fala de temas relacionados à adolescência, frustrações, novas configurações familiares, pluralidade, educação. Numa conversa franca com os pais, a escritora, que também é historiadora e professora, conta que se inspirou em suas experiências como educadora para falar sobre suas relações com outros professores, com os alunos e com os pais sobre uma infinidade de temas: “Cabe a nós, educadores e familiares, mostrar aos nossos jovens e adolescentes que as frustrações fazem parte da vida, de forma a prepará-los para viver em sociedade, na interação com o outro”, explica.
 
Alcoolismo
“Código 303- uma reportagem sobre o alcoolismo, a doença da negação” é nome da obra da jornalista guarulhense Fátima Gilioni, resultado de trabalho de conclusão do curso de Jornalismo da PUC- Campinas. Fruto de inquietação e da necessidade pessoal de encarar o problema, o livro reúne informações e dados estatísticos de profissionais da área da saúde, além de depoimentos de pessoas que sofrem ou superaram a doença.
 
“Precisamos falar sobre o alcoolismo para poder ajudar aqueles que sofrem da doença, considerando que os números apresentados em inúmeras pesquisas revelam a gravidade do problema que atinge milhares de pessoas em todo o país”, observa a autora.
A Bienal do Livro, que acontece no Parque Linear Transguarulhense (Parque Continental), vai até o próximo domingo, 9.

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