Política

Hoje é inviável abrir o acesso ao aeroporto pela Ponte do Baquirivu, diz Eli Corrêa Filho

Segundo colocado nas últimas eleições para a Prefeitura de Guarulhos, em 2016, o deputado federal Eli Corrêa Filho (DEM) se reelegeu à Câmara Federal no ano passado e assumiu a presidência da Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Casa no último mês de março. 
 
Entre outras atribuições, os 48 deputados que compõem a CVT trabalham para propor soluções à infraestrutura de portos, rodovias e aeroportos em todo o País. No entanto, em entrevista exclusiva para o GuarulhosWeb, Eli comentou especificamente sobre seus planos para a região de Guarulhos, cidade que possui o maior aeroporto do Brasil e é margeada por três das rodovias mais importantes da União: Fernão Dias, Dutra e Ayrton Senna. 
 
"Pela importância de Guarulhos, deveríamos realizar uma mesa redonda sobre o município. Mas eu sou o único deputado da região na comissão. Seria necessária uma mobilização maior para trazermos recursos. Não é uma tarefa fácil", admitiu. 
 
Em relação ao Aeroporto Internacional de São Paulo, o deputado disse que "hoje é inviável abrir o acesso ao local pela Ponte do Baquirivu", um desejo antigo dos moradores das regiões do Taboão e São João. 
 
Na visão do presidente da CVT, a inviabilidade se deve, entre outras coisas, pela dificuldade que o aeroporto tem em relação à área do Baquirivu e à Rodovia Hélio Smidt por questões de segurança. No entanto, apesar disso, Eli afirmou que o caso precisa de uma resolução. 
 
"Já fiz uma audiência pública sobre o assunto, mas cabe mais uma. Reunir a GRU Airport, a Polícia Federal, a Prefeitura e a ANAC para tentar um diálogo e chegar a uma solução. Foi uma irresponsabilidade fechar lá atrás, sem se importar com a população. Hoje é inviável abrir o acesso, mas precisamos de uma solução. Algo necessita ser feito. Não adianta apenas negar a abertura e não resolver. O aeroporto acaba sendo uma ilha dentro da cidade e isola alguns bairros também. Dizem que o Rodoanel ajudará. Não é bem assim", avaliou. 
 
O deputado também destacou que o Aeroporto Internacional de Guarulhos deveria ser mais rentável para Guarulhos. "O aeroporto contribui muito para o município por meio do [imposto] ISS. Mas o que mais dá para ser feito? Em qual sentido ele pode contribuir mais?", questionou. 
 
Investimento
O deputado disse que os investidores estão interessados na cidade. "Precisamos colocar Guarulhos no lugar que ela merece. Trazer melhorias. Ela foi abandonada ao longo dos anos. Mas sabemos que há um potencial no setor de serviços. O que fazer, então, para aproveitá-lo e gerar empregos? São coisas que podem ser discutidas em audiências públicas. Vamos chamar todos agentes para o debate", destacou Eli, que ainda revelou ter vontade de aproximar o seu mandato da população. 
 
Apesar de salientar que Guarulhos possui condições atraentes para empresários, Eli ressaltou que para o dinheiro entrar no município e em todo o Brasil, as reformas, principalmente a da Previdência, precisam passar em Brasília. "As empresas querem segurança e infraestrutura para investir. Hoje, o mercado nacional da aviação civil é dominado por três empresas: Gol, Latam e Azul. Se mais concorrentes entrarem no País, teremos mais empregos e os preços das passagens vão cair. Caso não consigam, vão para outros lugares, como a Argentina. Precisamos de competitividade. Mas estamos atrasados. Se as reformas não passarem, corremos o risco de virar uma Venezuela", afirmou. 
 
Eli aproveitou para elogiar a redução no ICMS do querosene dada às empresas aéreas pelo governo João Doria, em São Paulo. De acordo com o deputado, a medida beneficia Guarulhos, já que mais pessoas passarão pelo município e consumirão no comércio local. "Foi um golaço do Doria. Em Lisboa aconteceu algo semelhante e o consumo cresceu lá", exemplificou. 
 
Transporte rodoviário
Questionado sobre medidas para evitar uma nova paralisação dos caminhoneiros, que travou o País em maio do ano passado, o deputado disse que viu com bons olhos o leilão de um trecho da Ferrovia Norte-Sul. O lance vencedor de quase R$ 2,8 bilhões foi dado pela empresa Rumo.
 
"Há interesse em investir no transporte ferroviário. Isto deixaria o Brasil menos dependente do transporte rodoviário. Porém, também precisamos entender a realidade dos caminhoneiros e suas famílias. Conversei com o setor e vi que há uma dificuldade, por exemplo, quando um caminhoneiro sai daqui para levar uma carga até Rondônia. E a volta? Precisa ter uma carga mínima garantida", argumentou. 
 
Metrô em Guarulhos
O presidente da CVT disse que o governador João Doria tem uma boa vontade para estender o Metrô até Guarulhos. "Ele é um visionário e tem sensibilidade para realizar este sonho dos guarulhenses. Vai acontecer. 2028 está longe, mas precisa começar em algum momento. O quilômetro do Metrô é muito caro e o governo tem outras prioridades, como educação e saúde", pontuou. "No entanto, no que depender de mim, do governador e do vice-governador Rodrigo Garcia, vamos dar celeridade a este processo", concluiu.
 

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