O conselho de Amsterdã votou a favor, na quinta-feira, 20, de uma moção que deseja proibir que navios de cruzeiro atraquem no coração da cidade histórica. Esse é mais um passo dado na capital da Holanda para evitar as hordas de turistas que obstruem as ruas da cidade e também reduzir os níveis de poluição.
Com a medida, o terminal de cruzeiro deve ser transferido para fora da região central. "O executivo municipal de Amsterdã agora vai trabalhar em como implementá-lo. De qualquer forma, no que nos diz respeito, grandes navios não atracam mais no centro da cidade de Amsterdã", disse Ilana Rooderkerk, líder do partido progressista D66 em Amsterdã, que apresentou a proposta.
Rooderkerk pediu durante a reunião do conselho para "acabar com os navios de cruzeiro poluentes no coração" da cidade e afirmou que "a poluição do ar diária causada por navios de cruzeiro no porto é equivalente a 31 mil caminhões fazendo uma curva no anel viário". Os políticos defendem a situação atual do porto não se enquadra nos objetivos sustentáveis da cidade, que tentam melhorar a qualidade do ar e reduzir "este tipo de turismo" que "não contribui muito" para a cidade.
Dick de Graaff, diretor da Cruise Port Amsterdã, que opera o terminal no centro da cidade, disse à AP que a empresa tomou nota da votação e aguarda o próximo movimento do município. "Não há fechamento imediato do terminal. O apelo do conselho é para realocar o terminal – e aguardamos o acompanhamento do vereador nas investigações", escreveu ele em uma resposta por e-mail. De Graaff disse que o terminal de Amsterdã espera que 114 navios parem lá este ano e 130 no ano que vem.
A capital holandesa é uma das muitas cidades europeias pitorescas – de Roma a Veneza e Paris – lutando para gerenciar o número de visitantes que está novamente aumentando após as paralisações durante a pandemia de coronavírus. Amsterdã ainda proibiu as pessoas de fumarem maconha no Distrito da Luz Vermelha e apresentou uma proposta para retirar do centro da cidade muitas das janelas onde ficam as prostitutas seminuas.
No início deste ano, a cidade até lançou uma campanha intitulada "Fique longe", contra o que descreveu como turismo incômodo. "Os visitantes continuarão sendo bem-vindos, mas não se se comportarem mal e causarem incômodo. Nesse caso, nós, como cidade, diremos: melhor não, fique longe", disse o vice-prefeito Sofyan Mbarki em um comunicado na época.
Os navios de cruzeiro não são o único meio de transporte que enfrenta restrições em Amsterdã. O governo nacional também anunciou planos para cortou o número de voos no Aeroporto de Schiphol, o movimentado centro de aviação que serve a cidade.