Ibrahim Arolu, de 24 anos, fez um ato solitário no último dia 20, no aeroporto de Guarulhos, para protestar contra a violência na Nigéria. Nascido no bairro do Morumbi, ele foi criado no país africano. Entretanto, o homem teria sido vítima de ataques oriundos de usuários e seguranças do local.
Arolu foi chamado de “vagabundo”, “negão”, e mandado de volta para “o seu país”. A placa que segurava, com os dizeres “Nigéria é a fortaleza dos negros e está na ponta do extermínio” foi quebrada por seguranças, o que culminou em uma sindicância interna e o registro do caso no 7º Distrito Policial.
A Nigéria vive dias de protesto contra a batalhão por conta de abusos de violência cometidos por alguns integrantes. Dezenas de pessoas já morreram no país. Arolu, formado em direito e fluente em três línguas, chegou a informar que a atitude de protestar não era ilegal, contudo, foi arrastado para fora do terminal 2 pelos seguranças que o abordaram.
Durante a confusão, o homem teria ouvido de pessoas que frequentavam o local frases como “volta para o seu país” e xingamentos como “vagabundo”. Segundo sua fala ao Uol, os agentes o chamavam de “negão” durante a abordagem.
Ao Uol, a Polícia Civil repudiou as ofensas recebidas pelo jovem e afirmou que “na ocasião, os seguranças foram chamados para comparecer à unidade policial, e a vítima foi orientada a aguardá-los”. A Gru Airport foi na mesma linha e disse que “a concessionária repudia veementemente qualquer tipo de ofensa e prática discriminatória e reforça que qualquer opinião que contrarie o respeito à diversidade não reflete os valores e os princípios da empresa”.
