Estadão

Homem morto com a família em Niterói enganou traficantes e foi vítima de emboscada, diz polícia

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta quarta-feira, 3, um dos suspeitos pela morte de três pessoas da mesma família em Niterói, na região metropolitana. Filipe Rodrigues, de 24 anos, e Rayssa Santos, de 23, eram pais de Miguel Filipe, bebê de 7 meses que também morreu durante o ataque a tiros ao carro onde estava a família.

O caso, sob investigação da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG), desencadeou uma operação para apreensão de dois suspeitos por participação no crime. Até o momento apenas um deles foi preso, Wesley Pires da Silva Sodré. Já Lucas Lopes da Silva segue sendo procurado pela Polícia. A defesa deles não foi localizada pela reportagem.

Segundo as investigações, o crime teria como alvo apenas Rodrigues, mas acabou vitimando também a esposa e filho da vítima.

A motivação teria partido de uma tentativa do homem em enganar criminosos da região. Dez dias antes de ser morto, Rodrigues se passou por policial militar e ofereceu ao chefe do tráfico de drogas da comunidade do Castro, em Niterói, a identificação de um suposto informante, que já teria causado prejuízo aos criminosos.

Com a conversa, os traficantes combinaram o pagamento de R$ 50 mil pela informação. Rodrigues forneceu os dados e a localização do suposto informante e recebeu o valor inicial de R$ 11 mil.

No dia 15 de março, os criminosos armaram uma emboscada e capturaram o suposto informante. Depois disso, no entanto, descobriram que Rodrigues não era policial como havia relatado.

Segundo a Polícia Civil, foi nesse momento que os criminosos decidiram matar o homem que tinha informações sobre a quadrilha.

Os traficantes combinaram um local para realizar o pagamento do valor restante que havia sido acordado com Rodrigues e dois dias depois, em 17 de março, colocaram a emboscada em prática na Estrada Bento Pestana, no bairro Baldeador, onde acabaram matando a tiros os três integrantes da família.

Além da procura por Lucas Lopes da Silva, tido como chefe do tráfico na região, a investigação prossegue para esclarecer o desaparecimento do suposto informante entregue por Rodrigues aos traficantes.

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