A página do Facebook Favela News Rio de Janeiro divulgou vídeos nos quais supostos criminosos ostentam armas em favelas e ruas de grande circulação do Rio. Em um deles, é possível ver muitos homens, com os rostos à mostra, segurando armas pesadas, como fuzis e metralhadoras. Nas imagens, apontam as armas para o alto, cantam e dançam um funk que faz apologia à violência. A página afirma que o local é a Favela do Turano, no bairro Rio Comprido, zona norte, e diz que o grupo integra a facção criminosa Comando Vermelho (CV).
Em outro vídeo, cinco traficantes circulam de carro na Rua Itapiru, no mesmo bairro, armados com fuzis e pistolas. Eles exibem o armamento, falam palavrões e fazem ameaças a outras facções. “Tropa do Coelho está passando”, “O morro é teu por enquanto”, “Nós vai avançar”, “Nós vai matar alemão, bota a cara para morrer” são algumas das frases ditas. Eles citam o Morro de São Carlos, que fica na mesma região.
Outro vídeo traz um traficante dirigindo um carro pela Avenida Professor João Brasil, que liga os municípios de São Gonçalo e Niterói, na região metropolitana, com um fuzil e munições no banco do carona. Ele seria ligado à facção Amigo dos Amigos (ADA).
Uma página do Twitter chamada Morro do Turano, em que também são divulgadas fotos e vídeos de criminosos com armas, ameaçou a página Favela News Rio de Janeiro pela divulgação dos vídeos. “Quem fecha com nos e quer que o morro continue lazer vai denúncia essa porra, X9 vai cai em”, publicaram.
Não há identificação sobre os responsáveis pelos perfis.
Polícia
A Delegacia de Combate as Drogas (DCOD) disse à reportagem que policiais “já estão verificando as imagens de dois vídeos que estão circulando pelas redes sociais”.
“Em um dos vídeos, aparece um grupo de homens armados em um suposto baile funk e no outro mostra um homem armado dentro de um veículo trafegando na Rua Itapiru, bairro do Rio Comprido”, informou.
A polícia não respondeu quem são os bandidos nem as datas do vídeo. Na segunda-feira, 9, o secretário de Segurança, Roberto Sá, anunciou a criação de uma delegacia especializada no controle de armas, munição e explosivos. A unidade, chamada de Desarme, vai começar a atuar daqui a dez dias, segundo o secretário.
“Nós apreendemos um fuzil por dia, isso não é trivial. Precisamos de alguém fazendo o trabalho de mapeamento da chegada dessas armas”, afirmou, na ocasião.