Produção inicial em 2015 ampliará em 20% o volume da empresa e destina-se a motores Euro 5 de veículos comerciais leves - picapes
A Honeywell Transportation Systems anuncia que produzirá no Brasil turbos com a tecnologia de geometria variável de terceira geração para motores de veículos comerciais leves, como pick-ups e vans equipadas com motor a diesel.
A nova linha de produção, com capacidade inicial de 70 mil unidades, será instalada na fábrica de Guarulhos, SP, onde a empresa produz turbos para motores a diesel de veículos comerciais e máquinas agrícolas. Atualmente, a capacidade instalada da fábrica é de 300 mil turbos/ano.
Para o lançamento da nova linha de turbos de geometria variável, a fábrica de Guarulhos passará por um processo de modernização, com reformulação das atuais linhas de produção e instalação de modernos equipamentos.
O diretor-geral da Honeywell Transportation Systems, José Rubens Vicari, informou que a nova linha de turbos está integrada ao programa de nacionalização dos veículos e contará com forte participação de fornecedores locais, produtores de carcaças, turbinas, rotores e outras peças em alumínio e ferro, o que também contribuirá para o aprimoramento da cadeia produtiva brasileira.
Vicari acrescentou que a nova linha de turbos Garrett de geometria variável vai atender a um amplo mercado, tanto no Brasil quanto em toda a América do Sul. Além das picapes e vans, os novos turbos poderão ser aplicados também em caminhões leves, o que representa um mercado com potencial de 200 mil unidades por ano. “É importante termos ciência de que devemos nos preocupar em investir para ajudar a indústria automobilística brasileira a reforçar a sua posição de liderança também em tecnologias avançadas”, ressaltou.
Pioneirismo
Ao anunciar o novo projeto, o executivo esclareceu que, com esse novo programa, a Honeywell Transportation Systems reafirma o seu pioneirismo na produção de turbos no Brasil. “A empresa foi a primeira a instalar fábrica de turbos no País, em 1976, para atender ao processo de substituição dos motores a gasolina dos caminhões por propulsores a diesel por ocasião da primeira crise internacional do petróleo.
Também lembrou que ao longo de sua atuação no Brasil, forneceu o turbo Garrett T2, em 1994, para o Uno Turbo, primeiro automóvel brasileiro com esse equipamento. Em 2000, lançou o turbo GT 12, para os motores do Gol Turbo e da Parati Turbo, que se transformaram no 1.0L mais potente do mundo, com 112 cv.
Vicari acentuou que a Honeywell Transportation Systems foi, igualmente, a primeira a lançar o turbo de geometria variável no Brasil para a pick-up Ford Ranger 2.8 e, em seguida, para o motor de uma das versões do caminhão leve Mercedes-Benz Accelo.
Vantagens da geometria variável
A tecnologia de geometria variável tem, como principal recurso, a alimentação do motor por intermédio de injetores móveis que acentuam a velocidade com que os gases de escape acionam o rotor da turbina.
A família a ser produzida será de última geração, pioneira com atuador eletrônico, que proporciona controle preciso da pressão de sobrealimentação, melhorando a aceleração do veículo, a economia de combustível e a redução das emissões de gases poluentes.
Em baixas rotações, os injetores permanecem mais fechados, reduzindo o espaço de passagem, o que aumenta da velocidade dos gases. Com a maior velocidade dos gases, o rotor da turbina gira mais rápido, aumentando a pressão de sobrealimentação e o torque do motor.
Nas altas rotações, quando a vazão é maior, os injetores ficam mais abertos, limitando a velocidade dos gases e melhorando, também, a pressão de sobrealimentação e o nível de potência de motor.
A tecnologia do turbo de geometria variável proporciona torque elevado, melhora o comportamento dinâmico, a dirigibilidade, a performance do veículo e o consumo de combustível. Adicionalmente, dinamiza a recirculação dos gases de escape/EGR, contribuindo para redução da emissão de NOx (óxidos de nitrogênio) e CO2 (dióxido de carbono).
Origem da geometria variável
O turbo de geometria variável foi criado nos laboratórios da Honeywell com o objetivo de oferecer às fábricas de veículos motores mais eficientes em desempenho, consumo de combustível e redução de emissões, além de melhor padrão de dirigibilidade.
Proporciona alimentação de forma adequada em todas as faixas de rotação, funcionando como se o motor contasse com várias turbinas, de acordo com a força necessária. Com o turbo de geometria variável o motor responde mais rapidamente nas mais diferentes condições de utilização e a principal vantagem ocorre quando o veículo precisa de força, como em partidas, ultrapassagens ou subidas, principalmente carregado.
É uma tecnologia de turbos lançada em 1995, no motor 1.9L do automóvel Fiat Croma. A segunda geração surgiu em 1998, no BMW Série 1 com aperfeiçoamentos, entre os quais, nova aerodinâmica para as vanes (aletas) e para o rotor de turbina.
Em sua terceira geração, o turbo de geometria variável é controlado por um atuador eletrônico acionado pela unidade de controle do motor, com respostas mais rápidas e maior precisão no valor da pressão de sobrealimentação e, em determinadas condições, a recirculação dos gases de escape, necessária para a redução de emissões.