Enquanto os mais de mil candidatos a vereador, além dos sete que buscam a Prefeitura de Guarulhos, dão os primeiros passos na campanha eleitoral deste ano, que teve início oficialmente a partir dos registros no Tribunal Regional Eleitoral, as redes sociais – sobretudo o Facebook – começaram a ser tomadas por uma ação insana proporcionada por gente que não entende os limites da sociabilidade.
Candidatos e assessores, geralmente sem muita noção das verdadeiras funções das redes sociais, estão enchendo de posts com santinhos, que trazem os números, partidos e possíveis apoios. Como se isso servisse para convencer alguém de votar em um ou no outro. Lamentável. Pior é que esses sujeitos que se propõem a ser diferentes ou até modernos, por julgarem que utilizar os meios eletrônicos seria algo à frente de nosso tempo, não se atentam que estão incomodando gente que não quer participar disso. Passam por chatos cibernéticos, inconvenientes, que merecem ser descartados da rede.
É o mesmo que empresas comerciais que usam e abusam do direito de livre acesso às redes para divulgarem seus produtos de forma massiva a quem não tem o mínimo interesse em adquirir aquilo. Funciona como invasão de privacidade que só atrapalha a liberdade daqueles que estão ali para debater ideias, trocar mensagens, compartilhar informações de interesse público.
Aliás, nada haveria de errado no fato dos políticos utilizarem as redes sociais se eles soubessem fazer isso de forma responsável e inteligente, mais para fomentar o debate político, sugerindo ações bem como apresentando propostas. Mas nunca como um mural de fotos e números, os santinhos propriamente ditos que nada acrescentam e só servem para irritar. Não à toa crescem algumas ações espontâneas de pessoas que estão incentivando o bloqueio daqueles que exageram na dose. Assim, cria-se uma seleção natural a partir das próprias redes sociais. Em um segundo momento fica a dica para bloqueá-los também na hora de votar. Afinal, candidato que não sabe respeitar o direito alheio não merece seu voto.