Cidades

Hora de separar as crises

“Tostines está sempre fresquinho porque vende mais ou vende mais porque está sempre fresquinho?” Esta pergunta foi responsável pelo sucesso de uma campanha publicitária de biscoitos no final do século passado. Mas segue atual em diferentes situações. Hoje, é comum a gente ver pessoas retraídas diante da crise econômica e política que assola o país. Assim, ninguém coloca a mão no bolso. Ao agir assim, o consumidor deixa de comprar, a loja deixa de adquirir o produto da fábrica que paralisa sua produção. No meio do percurso, o caminhão fica estacionado porque não tem carga para levar e assim por diante. 
 
Neste caso, o biscoito não vende mais porque deixou de estar fresquinho. É a contramão da corrente positiva que faz qualquer economia girar. O dinheiro sumiu do mercado e a população sofre com o aumento da inflação, desemprego crescente e baixo desenvolvimento econômico. Para justificar essa paradeira total, vem o argumento que a economia só poderá andar quando os problemas políticos forem resolvidos. 
 
Sem uma economia girando, fica ainda mais difícil de resolver os problemas políticos. E a crise política serve de motivo para que os investidores tirem o pé, deixando de acreditar no potencial do país.  É o cachorro correndo atrás do rabo. Se uma das partes não der um basta a esse movimento, não haverá Cristo que consiga melhorar a vida dos brasileiros em um curto espaço de tempo. 
 
Ninguém quer que se faça vistas grossas a toda a roubalheira explícita que a gente assiste todo momento em qualquer noticiário. Longe disso. Mas passa da hora de passar por cima dos problemas políticos, deixar que eles se entendam – o que está muito longe de ocorrer – e fazer a economia girar. O Brasil é maior que a crise. Por mais que isso possa parecer um jargão de quem quer permanecer no poder a qualquer custo, talvez essa seja a única solução para o povo sair menos chamuscado desse incêndio que toma conta de nosso país. 
 
Porque se a gente ficar esperando o furacão passar, talvez não sobre cacos para serem juntados e muito menos bonança. Vamos lembrar da Tostines e deixar os biscoitos fresquinhos de novo porque eles vendem mais. E que tiremos tudo isso como exemplo para não errar mais uma vez no único momento em que o povo tem voz de fato: na hora do voto.  
 
 
Décio Pompeo Jr. é empresário, diretor de Assuntos Institucionais do GuaruhosWeb e ex-presidenrte da Associação Comercial e Empresarial de Guarulhos

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