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Hospitais do Rio só recebem os casos graves

Depois do empréstimo de verbas da União e da prefeitura da capital, o governo do Estado do Rio conseguiu ontem amenizar o caos na rede de saúde. Com o dinheiro extra, hospitais em situação crítica, como o Alberto Schweitzer e o Getúlio Vargas, conseguiram melhorar o atendimento. Mas doentes menos graves ainda são orientados a procurar outras instituições.

A Secretaria de Saúde informou que os centros médicos “estão funcionando normalmente”, mas que os “pacientes de baixa complexidade” foram orientados a procurar Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou de atenção básica. “Todos os pacientes serão atendidos considerando sua classificação de risco, dos mais graves para os menos graves”, diz o texto.

A melhoria nos hospitais aconteceu depois de o governo Luiz Fernando Pezão (PMDB) ter recebido, emergencialmente, R$ 25 milhões dos R$ 100 milhões que deverão ser emprestados pela prefeitura e R$ 45 milhões dos R$ 135 milhões prometidos pelo Ministério da Saúde. Também está previsto o aporte de R$ 152 milhões de receitas de ICMS. A estimativa do governo é de que R$ 15 milhões do imposto estejam disponíveis dia 30 e outros R$ 75 milhões, no dia 10.

Os empréstimos foram a solução momentânea para uma crise que deixou profissionais da saúde sem receber, esvaziou estoques de medicamentos e insumos, cercou emergências importantes das zonas norte e oeste com tapumes e provocou revolta na população. Um exemplo do descaso aconteceu na terça: Cíntia de Souza deu à luz na calçada do Hospital Estadual da Mãe, na Baixada Fluminense.

Ontem, o Albert Schweitzer, em Realengo, zona oeste, que teve a emergência fechada, voltou a atender pacientes e funcionava sem filas. A unidade recebeu R$ 20 milhões da Prefeitura do Rio para o pagamento de funcionários e compra de insumos.

O secretário municipal de Governo, Pedro Paulo Carvalho, disse que a precariedade dos hospitais estaduais provocou nos últimos dias sobrecarga na rede de saúde do município. “No Hospital Municipal Lourenço Jorge (Barra da Tijuca, zona oeste), a procura aumentou cerca de 85%, por causa da paralisação de duas emergências estaduais na zona oeste. No Hospital Municipal Miguel Couto (Gávea, zona sul), tínhamos uma média de 5 mil atendimentos por dia. Com a crise, chegamos a 8 mil, cerca de 40% a mais”, disse.

Já o governo do Estado do Rio informou que já foi intimado e recorrerá da liminar que determinou o repasse em 24 horas do mínimo obrigatório de 12% de sua receita líquida do ano para a Saúde. O montante é estimado em R$ 636,1 milhões. Há outras três decisões cobrando repasse de recursos ao Judiciário e pagamento dos salários na OS que administra o Hospital Albert Schweitzer. O governo divulgou que ainda não foi notificado e alega não ter recursos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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