Uma superbactéria infectou sete pessoas e causou a morte de duas delas, desde o início deste ano, no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, interior de São Paulo. O hospital já havia registrado surto da mesma bactéria em 2014 e um dos atuais infectados é reincidente. Exames do Instituto Adolfo Lutz identificaram a bactéria como a Klebsiella pneumoniae, conhecida pela sigla KPC, um organismo superresistente.
O primeiro caso de infecção ocorreu em janeiro, mas o alerta surgiu quando um segundo caso se manifestou no início de fevereiro. “Depois dos exames nessa paciente, fizemos em outros e vimos que outras três pessoas tinham sido infectadas”, disse o médico infectologista do hospital, Arnaldo Gouvea. A última infecção foi detectada no dia 25 de fevereiro. O Ministério da Saúde foi notificado dos registros positivos.
De acordo com o médico, é necessário o transcurso de oito semanas sem casos para considerar que a bactéria não está mais em circulação. Como no primeiro caso o paciente pode ter dado entrada no hospital já com a bactéria, ainda se investiga se o microrganismo, até então considerado exclusivo do ambiente hospitalar, está em circulação na comunidade. “Ainda não sabemos como a bactéria veio parar no hospital”, disse.
Entre os portadores da superbactéria, apenas um é mulher – a paciente, uma idosa, está internada desde 25 de janeiro. Os dois homens que morreram ficaram internados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) por mais de um mês. Um deles morreu no dia 17 de fevereiro, o outro, dia 8 de março. Nos dois casos, os pacientes já tinham a saúde debilitada por outras enfermidades. Dos outros quatro homens, três receberam alta e um permanece internado.
Segundo a prefeitura, o hospital mantém atendimento normal e segue os protocolos de isolamento para tratar esses pacientes, reduzindo o risco de ampliar a contaminação. A Klebsiella pneumoniae é considerada superbactéria porque sofreu uma mutação genética que fez com que adquirisse resistência a vários tipos de antibióticos.