Além de não ter a garantia de mais repasses federais para minimizar sua crise financeira, o Hospital São Paulo enfrenta outra ameaça: a de perder o recurso até agora garantido do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), no valor de R$ 41 milhões por ano.
Segundo Soraya Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), entidade à qual o HSP está vinculado, a direção recebeu um ofício do Ministério da Saúde comunicando que o recurso poderia ser cortado porque a unidade não se enquadra nas características de um hospital universitário. “Eles alegam que, como a entidade mantenedora do hospital é a SPDM, ele seria filantrópico e não de ensino. Isso é um absurdo. Temos todas as credenciais de um hospital de ensino. Se perdermos essa verba, inúmeras pesquisas estarão em risco”, comentou a reitora.
Questionada, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, órgão do Ministério da Educação que cuida dos hospitais universitários, afirmou que, segundo portaria interministerial de 2010 que regulamenta o Rehuf, os hospitais considerados universitários federais devem destinar toda a sua capacidade instalada ao SUS. O órgão afirma que, embora o Hospital São Paulo esteja na lista de instituições universitárias federais, o Ministério da Saúde questionou a permanência do mesma no programa porque uma pequena parcela dos atendimentos feitos no centro médico são de pacientes de convênios.
Diante do questionamento do Ministério da Saúde, a empresa afirma que solicitou a manifestação do hospital para subsidiar sua decisão, ainda sem data para ser tomada. O Hospital São Paulo afirma que mais de 90% dos atendimentos no hospital são SUS e que já enviou suas explicações para a empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.