A indústria repetiu em junho o patamar de produção de maio, mas acumulou um avanço de 2,5% nos dois meses anteriores, quando registrou resultados positivos, lembrou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A produção vinha de altas de 1,2% em maio e 1,3% em abril. Em junho ante maio, houve estabilidade na produção, 0,0%. “Em junho, observa-se predomínio de taxas negativas: foram 12 atividades com recuos na produção, nove localidades com avanços, e três ramos que ficaram estáveis”, enumerou Macedo.
“Quando a gente confronta com os resultados de 2016 e 2015, claro que tem um saldo positivo para este ano, dando conta dessa melhora mais recente. Mas ainda assim está longe de representar um movimento de recuperação do setor industrial”, disse Macedo.
Entre os destaques negativos, estão veículos automotores (-3,9%), indústria farmacêutica (–9,2%) e derivados de petróleo e biocombustíveis (-1,7%).
“A indústria de veículos automotores vinha de dois meses em sequência de resultados positivos. É um segmento que vem mostrando um ritmo maior ao longo desse ano de 2017. O mercado interno tem contribuição, pode ter algum tipo de impacto dessa renda um pouco maior em função de alguns programas de governo, mas claramente há um maior direcionamento para as exportações. Isso atinge tanto automóveis quanto caminhões”, explicou Macedo.
A melhora do desempenho do segmento de veículos tem reflexo na indústria como um todo, dado o encadeamento do setor com outras atividades industriais, ressaltou o pesquisador. Já as perdas de derivados de petróleo e biocombustíveis têm relação direta com a redução da demanda doméstica, que impacta o óleo diesel, mas também da parte relacionada ao etanol, já que houve maior direcionamento do processamento da safra de cana para a fabricação de açúcar, explicou o gerente do IBGE. O movimento beneficiou a indústria alimentícia, que teve o avanço na produção mais importante em junho, 4,5%.