A petroleira HRT informou nesta sexta-feira, 15, a seus investidores que está em análise pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) um processo de unitização de áreas marginais próximas ao seu único ativo em produção, o Campo de Polvo, na Bacia de Campos. A produção no campo foi responsável pelo lucro de R$ 9,7 milhões no segundo trimestre da companhia, revertendo o prejuízo recorde do mesmo período de 2013, acima de meio bilhão de reais.
A unitização acontece quando as reservas de óleo ultrapassam as limitações de campos e podem alterar o volume projetado para o desenvolvimento das áreas, além de gerar maior recolhimento por parte da ANP. Outras companhias enfrentam o mesmo processo, como a Shell e a Petrobras. Até hoje, não há uma decisão da ANP sobre nenhum outro processo de unitização.
“É certo que parte dos reservatórios produtores vizinhos aos iniciantes de Polvo adentra em nossa área. Estamos analisando em seus vários aspectos técnicos e legais, mas no momento não podemos avançar em maiores informações a respeito”, afirmou o diretor presidente da companhia, Milton Franke. Procurada, a agência confirmou o estudo, mas não detalhou seu andamento.
A dúvida regulatória gera preocupação sobre o único ativo em produção da HRT no momento em que ela se recupera dos altos prejuízos. Na avaliação dos seus executivos, a empresa atravessa uma “nova trajetória de crescimento”, focada na estabilização de produção, redução de custos e desinvestimentos.
Para ampliar a produção, a petroleira também vislumbra a aquisição de novos ativos, já tendo “conversas preliminares” com companhias que atuam na Bacia de Campos, onde poderia aproveitar a sua atual infraestrutura logística. “A gente tem buscado outras oportunidades, também fora do Brasil. Se nós tivermos a mesma infraestrutura para atender dois campos na mesma bacia isso significa redução de custo”, completou Franke.
A estratégia é reduzir a participação em áreas com risco exploratório e concentrar em áreas já produtivas. No exterior, a aposta é a Namíbia, onde a companhia já possui participação em quatro concessões. Ela tenta, entretanto, reduzir sua parcela e já está em conversas com outras companhias. Esse é considerado o desinvestimento “mais próximo” de se concretizar.
Outro desafio da companhia é monetizar o gás localizado na Bacia de Solimões, na região Norte. Durante teleconferência, o diretor presidente afirmou não ver “no curto prazo” a possibilidade de geração de caixa com o ativo. No último mês, um acordo com a Petrobras e a empresa russa Rosneft foi assinado para encontrar solução no ativo.