Economia

Hughes vai lançar serviço de banda larga via satélite no Brasil

A partir da próxima sexta-feira, a empresa americana Hughes vai começar a oferecer um serviço de banda larga via satélite no Brasil. Chamado de HughesNet, o serviço chega com a proposta de levar internet a regiões onde não há oferta de serviço de banda larga fixa ou móvel ou que apresentam infraestrutura precária de telecomunicações oferecida pelas operadoras.

De acordo com o relatório da consultoria Teleco, divulgado em abril, em apenas 248 dos 5.570 municípios brasileiros têm oferta de serviço de banda larga fixa com velocidade superior a 20 Mbps – no Amapá e Roraima, a velocidade da conexão não chega ao nível considerado pelo estudo em nenhum município. Metade da população brasileira se concentra nessas 248 cidades, onde estão 77% dos acessos de banda larga fixa.

“Nosso foco é atender a consumidores que dispõem de renda, mas que são mal atendidos e estão dispersos pelo Brasil”, disse o presidente da Hughes Brasil, Rafael Guimarães, durante o evento de lançamento do serviço, na terça-feira, 28, em São Paulo.

Velocidades

O serviço da Hughes vai oferecer três opções de planos residenciais, com velocidades de 10, 15 ou 20 megabits por segundo (Mbps), com mensalidade de R$ 249,90, R$ 349,90 e R$ 449,90, respectivamente. Em todos os planos, há franquia de dados, isto é, um limite de informações que o usuário pode enviar e receber por meio da rede. O limite vai de 15 GB, no plano mais econômico, até 25 GB.

Quando a franquia é esgotada, a velocidade da internet é reduzida para um valor entre 500 Kbps e 1 Mbps. O usuário ainda tem opção de comprar pacotes de dados adicionais, como os oferecidos por operadoras tradicionais. Para contratar a banda larga via satélite com a empresa, é preciso pagar uma taxa de adesão de R$ 359, que inclui a instalação de uma antena necessária para captar o sinal do satélite.

Meta

A estimativa da Hughes é atender entre 500 mil a 1 milhão de assinantes no Brasil até 2020. “Vai ser muito difícil para operadoras convencionais chegarem a este público com a mesma qualidade de conexão que oferecemos”, diz Guimarães. A empresa aposta tanto no mercado brasileiro que já investiu o valor integral para a implantação das três etapas do negócio.

Na primeira fase, que se inicia agora, a HughesNet estará disponível em 4 mil dos pouco mais de 5,5 mil municípios brasileiros. Para isso, a empresa vai utilizar um satélite geoestacionário – que fica fixo em uma posição específica em relação à superfície da terra – com capacidade de transmitir 25 Gbps.

Até 2018, a empresa pretende colocar em órbita outro satélite, para ampliar sua cobertura para 90% do território nacional. Na última etapa, com previsão para ocorrer em 2020, a Hughes vai lançar 700 satélites menores e a cobertura de conexão será ampliada para todo o território brasileiro.

O Brasil é o segundo País a receber a conexão de internet via satélite da Hughes. Nos Estados Unidos, o serviço está disponível desde 2007 e contabiliza 1,3 milhão de assinantes. Ainda que a tecnologia seja vista como uma forma de levar internet para as áreas rurais, segundo Guimarães, 90% dos clientes nos EUA vivem em regiões em torno de grandes cidades.

Potencial

De acordo com o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, a banda larga via satélite tenta ocupar um espaço no qual as operadoras de internet fixa e móvel não estão presentes.

Mesmo em grandes cidades, como São Paulo, moradores de algumas localidades na periferia não têm acesso ao serviço, por causa da infraestrutura precária, o que abre espaço para empresas como a Hughes.

“A grande vantagem do satélite é poder levar conexão para qualquer lugar. É uma oferta complementar para ser usada onde a banda larga não chega”, diz Tude. Segundo ele, outra vantagem da banda larga via satélite é que ela não está sujeita a interferências, como a banda larga móvel (3G/4G). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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