O Tribunal Disciplinar da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) decidiu nesta quinta-feira manter a suspensão provisória aplicada inicialmente contra Frank Fredericks, dirigente esportivo acusado de receber propina para escolher o Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
O ex-atleta da Namíbia, de 49 anos, havia sido punido no mês passado por decisão do presidente do Tribunal, Michael Beloff. Fredericks apelou contra a decisão, mas o Tribunal rejeitou o recurso e manteve a punição aplicada inicialmente pelo seu presidente.
Com a decisão, o ex-medalhista olímpico segue impedido de exercer qualquer função na IAAF. O Tribunal, contudo, fez questão de ressaltar que a investigação segue em curso e que Fredericks segue na condição de inocente até que qualquer irregularidade seja comprovada.
O ex-atleta é suspeito de ter recebido US$ 300 mil (cerca de R$ 954 mil) no dia 2 de outubro de 2009, o mesmo dia em que ocorreu a eleição do Comitê Olímpico Internacional (COI) para a sede de 2016. A suspeita da Justiça na França é de que o dinheiro teria vindo da campanha carioca para sediar os Jogos. Mas, para fazer o pagamento, os recursos teriam sido distribuídos usando uma empresa de marketing criada pelo filho do ex-presidente da IAAF Lamine Diack.
De acordo com o Ministério Público francês, a família de Diack, suspeita de ter recebido US$ 1,5 milhão (R$ 4,77 milhões) de empresários próximos aos organizadores do Rio-2016, transferiu o dinheiro pela empresa Pamodzi para a empresa offshore Yemli Limited. Mas a empresa beneficiada tinha uma relação direta com Fredericks, que foi justamente um dos monitores do COI no momento do voto nas eleições de 2009 e vencida pelo Rio.