A Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) confirmou oficialmente nesta quarta-feira que negou o pedido feito pelo ministro de Esporte da Rússia, Vitaly Mutko, para que a entidade reconsiderasse a decisão de excluir os atletas do país na modalidade dos Jogos Olímpicos do Rio.
O membro do governo russo havia enviado uma carta à IAAF, na qual pediu pela revogação da punição aplicada por causa de doping sistemático envolvendo atletas da nação, sendo que no último dia 21 a Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) já havia negado o pedido do Comitê Olímpico da Rússia de liberar a participação de 68 competidores do país, entre eles a bicampeã olímpica Yelena Isinbayeva, nas mais diversas disputas desta modalidade da Olimpíada.
Desta forma, a Rússia viu acabar de vez a sua última esperança de poder participar do atletismo no Rio-2016, após ser punido com esta exclusão na esteira da revelação de um informe da Agência Mundial Antidoping (Wada), produzido pelo investigador Richard McLaren, que apontou um esquema generalizado no esporte do país de uso de substâncias proibidas e com a participação direta do governo do presidente Vladimir Putin.
A IAAF aplicou a punição à Rússia em novembro do ano passado e, na última segunda-feira, Vitaly Mutko escreveu uma carta ao presidente da entidade, Sebastian Coe, mas não teve sucesso em sua tentativa de conseguir o perdão para os atletas do seu país.
Por meio de um comunicado, a IAAF avisou nesta quarta-feira que “não havia motivos para mais revisões” para a punição, assim como avisou que a proibição imposta aos 68 competidores russos que esperavam estar presentes no atletismo da Olimpíada foi decidida “com base em avaliação cuidadosa e individual” pelo organismo.
No comunicado, a IAAF também destacou que apenas a saltadora Darya Klishina preenchia os critérios de “elegibilidade excepcional” entre os 68 que almejavam participar da Olimpíada. “A CAS considerou os apelos dos (outros) todos 67 atletas e rejeitou todos”, enfatizou.
Ao comentar a decisão final da IAAF contra a Rússia, Mutko agradeceu Coe por ter respondido a sua carta, mas destacou que o presidente da entidade deixou claro que “não há mais nada que possa ser feito”. No pedido feito à entidade, o ministro defendia o direito de competir dos atletas limpos de doping que estariam cumprindo os requisitos exigidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para irem ao Rio-2016.
No caso, Mutko destacou no último domingo que o principal destes requisitos era o fato de que estes 68 atletas proibidos de competir na Olimpíada nunca terem sido punidos por uso de substâncias ilegais após serem submetidos a exames contínuos por parte de agências antidoping internacionais.