As empresas aéreas globais devem reportar lucros maiores em 2018, atingindo os US$ 38,4 bilhões, uma reversão ante a queda observada nos últimos dois anos e superando o valor recorde de US$ 35,9 bilhões anotado em 2015, prevê a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês). A entidade avalia que a demanda por transporte aéreo seguirá forte, embora crescendo a um ritmo menor que o observado neste ano. Por outro lado, os custos com combustíveis e obrigações trabalhistas seguirão em alta.
O lucro estimado corresponde a um crescimento de 11,3% em relação ao estimado para este ano. Em relação a 2017, a Iata revisou para cima suas estimativas de lucro líquido, para US$ 34,5 bilhões, ante os US$ 31,4 bilhões estimados em junho. “Este é um bom momento para o setor de transporte aéreo global”, disse o diretor geral da Iata, Alexandre de Juniac. Ele destacou o aumento do número de passageiros e a expansão da demanda por transporte de carga, que é a mais forte em uma década.
A Iata estima que a demanda por transporte de passageiros encerrará 2017 com um crescimento de 7,5%, ritmo que deve desacelerar em 2018 para 6%, ainda acima da taxa média de expansão dos últimos 10 anos, de 5,5%. Já a expansão da oferta é estimada em 5,7% para o ano que vem. Com isso, a taxa de ocupação deve alcançar um nível recorde de 81,4%, o que deve colaborar para uma melhora de 3% no yield. Ao final, a receita com o transporte de passageiros deve somar US$ 581 bilhões, 92% acima do estimado para 2017.
Já o transporte de carga deve desacelerar em ritmo maior, passando de uma taxa estimada de crescimento de 9,3% neste ano para 4,5% em 2018. A Iata explicou que a forte expansão observada em 2017 é resultado de uma necessidade das empresas de elevar os estoques para fazer frente a uma demanda mais forte que o normal. Ainda que isso não deva se repetir em 2018, o crescimento deve permitir que o yield para transporte de carga cresça 4%, ante os 5% projetados para este ano. Com isso, a receita no segmento deve alcançar, no ano que vem, US$ 59,2 bilhões, 8,6% acima do esperado para 2017.
“O que mudou no transporte de carga é o crescimento do comércio eletrônico, que deve seguir impulsionando o setor no ano que vem”, disse a associação, que representa 265 companhias responsáveis por 83% do tráfego aéreo global e estima que a margem líquida das aéreas deve ter leve alta em 2018, para 4,7%, ante 4,6% estimado para 2017. A margem operacional, contudo, deve recuar para 8,1%, ante os 8,3% deste ano. Isso porque os custos operacionais devem avançar, com o aumento do preço do combustível de aviação e a alta dos gastos trabalhistas. As despesas financeiras, por sua vez, devem recuar, após uma redução das dívidas.
<*A jornalista viaja a convite da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês)