A taxa de inadimplência com recursos livres da pessoa física no varejo, considerando atrasos acima de 90 dias, pode ter um pico em abril, batendo em 4,69%, o maior nível do ano, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) divulgada nesta sexta-feira. As expectativas para maio e junho já mostram uma melhora dos calotes, com o índice ficando em 3,05% e 2,82%, respectivamente, mas os dados podem ser revistos, alerta o Ibevar.
A previsão para a taxa de abril de 4,69% representa o aumento de 0,01 ponto porcentual em comparação à projeção para março e 0,08 em relação à taxa real de janeiro de 2022.
A inflação e a pressão da alta de preços na renda das famílias explica a tendência de aumento da inadimplência no Brasil, segundo o presidente do Ibevar, Claudio Felisoni de Angelo. Já a redução esperada para maio e junho decorre da própria contração das despesas das famílias, comenta ele em nota à imprensa.
Contudo, o Ibevar alerta que as projeções de maio e junho podem ser revisadas, dependendo da evolução das vendas em abril.
A inadimplência de pessoas físicas com recursos livres considera todas as operações com parcelas em atraso acima de 90 dias de atraso, com exceção das vinculadas ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou lastreados em recursos compulsórios ou governamentais, explica o Ibevar.