A queda de 2,72% nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em junho foi decorrente de recuos em 19 das 24 atividades pesquisadas, segundo os dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A nova queda no IPP de junho configura o quinto mês seguido de deflação no índice. O acumulado no ano, de -6,46%, é o menor para um mês de junho desde o início da série histórica, em 2014, assim como o dado acumulado em 12 meses (-12,37%).
"A indústria brasileira convive com quase um ano de deflação na porta da fábrica. É importante ter em vista o efeito da queda continuada dos preços de commodities chave, que tem barateado os custos de produção ao longo das cadeias produtivas nacionais, tornado produtos importados básicos mais competitivos e reduzido a receita unitária de venda do exportador brasileiro. Todo esse efeito é maximizado pela apreciação cambial dos últimos meses", comenta em nota o analista do IPP, Felipe Câmara.
De fato, o setor de alimentos foi o de maior destaque na composição do resultado agregado, na comparação entre os preços de junho e os de maio. A atividade teve efeito negativo de 0,83 ponto porcentual (p.p.) na variação de -2,72% da indústria geral.
As quatro variações mais intensas aconteceram em indústrias extrativas (-10,52%); refino de petróleo e biocombustíveis (-6,32%); outros produtos químicos (-5,01%); e papel e celulose (-4,40%). Mas a maior contribuição para a nova deflação veio de alimentos.