Ao todo 4,2 milhões de brasileiros, ou cerca de 2% da população, apresentaram sintomas conjugados de síndrome gripal que podiam estar associados à covid-19 em maio, calcula a PNAD Covid-19, pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os conjuntos de sintomas utilizados foram: perda de cheiro ou de sabor, ou tosse e febre e dificuldade para respirar, ou tosse e febre e dor no peito. Segundo o IBGE, eles foram informados pelo morador e não se pressupõem a existência de um diagnóstico médico.
"Esses sintomas conjugados estão mais concentrados nas regiões Norte ou Nordeste. Em termos de perfil, eles estão mais associados às mulheres, à população de 30 a 59 anos de idade, e à população preta ou parda", disse Maria Lúcia Vieira, coordenadora de Rendimento e Emprego do IBGE, em entrevista coletiva.
A elaboração do indicador síntese se deu a partir de uma pesquisa recomendada pelo CDC – Control Disease Center, observação de experiências internacionais e consulta a especialistas brasileiros do Inca, do Ministério da Saúde, da Fiocruz, da escola de enfermagem UFMG. "São os sintomas relacionados à síndrome gripal." Segundo o diretor adjunto de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, na pesquisa de julho serão inseridos outros sintomas, entre eles, a diarreia.
As pessoas negras ou pardas representaram 70% dos que apresentaram algum dos sintomas conjugados, e as mulheres representaram 57,4%. Pela distribuição etária, o maior porcentual foi entre as pessoas de 30 e 59 anos (55,2%), seguido pelo grupo entre 20 e 29 anos (21,1%) e pelos idosos com 60 anos ou mais (11,1%).
Entre as pessoas que apresentaram sintomas conjugados, 31,3% (ou 1,3 milhão de pessoas) procuraram atendimento em estabelecimento de saúde. A maioria deles procurou atendimento em estabelecimentos públicos de saúde (postos de saúde, equipe de saúde da família, UPA, Pronto Socorro ou Hospital do SUS): 78,2%.
Além disso, 13,5% (61 mil) das pessoas que procuraram atendimento em hospitais com algum dos sintomas conjugados precisaram ficar internadas e, destas, 36,1% (22 mil) precisaram ser sedadas, entubadas e colocadas em respiração artificial.