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IBGE: Brasil tem 11.403 favelas, onde vivem cerca de 16 milhões de pessoas

O Brasil tem 11.403 favelas, onde vivem cerca de 16 milhões de pessoas, em um total de 6,6 milhões de domicílios, segundo uma prévia dos dados do Censo Demográfico 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado significa uma expansão de cerca de 40% no número de brasileiros morando em favelas nos últimos 12 anos. O Censo Demográfico de 2010 tinha contado 11,426 milhões de habitantes em favelas naquele ano.

A favela mais populosa do País atualmente é a Sol Nascente, em Brasília, com 87.184 moradores. A carioca Rocinha, que liderava o ranking em 2010, ficou em segundo lugar em 2022, com 67.199 moradores. Em terceiro lugar, figurou Cidade de Deus/Alfredo Nascimento, em Manaus, com 55.361 pessoas, seguida por Rio das Pedras, no Rio de Janeiro, com população estimada em 54.793.

O instituto pondera que os dados referentes a 2022 são preliminares, "sujeitos a revisões até a divulgação dos resultados definitivos" do Censo Demográfico, atualmente ainda em campo.

O IBGE comunicou que está fechando parcerias com a Central Única de Favelas (Cufa) e diversas associações de moradores para completar o recenseamento dos domicílios localizados em favelas de todo o País. A Prefeitura do Rio de Janeiro também informou nesta sexta-feira, 17, que participaria, através do Instituto Pereira Passos, de uma "força-tarefa para auxiliar na reta final da contagem populacional nas favelas cariocas do Censo Demográfico 2022".

"Agentes e ex-agentes de Territórios Sociais, programa do município e ONU-Habitat que atua na identificação de famílias em situação de vulnerabilidade social, ajudarão a reduzir o porcentual de domicílios que não responderam ao Censo nos aglomerados subnormais da cidade, que está em torno de 9%", divulgou a Prefeitura, em nota à imprensa.

Apesar do anúncio oficial feito pelo IBGE de que o Censo Demográfico 2022 havia encerrado a coleta, recenseadores ainda estão em campo tentando reduzir a proporção de não recenseados na população. No que deveria ser a etapa de apuração e conferência de informações prestadas, trabalhadores contratados pelo instituto têm tentado ampliar a cobertura com visitas a mais domicílios. Há Estado com mais de 20% da população ainda não recenseada.

Até o último dia 15 de março, 190,523 milhões de brasileiros tinham sido recenseados, o equivalente a aproximadamente 89,3% da população, segundo a prévia estimada pelo IBGE e enviada ao Tribunal de Contas da União (TCU), no fim de 2022.

No Amapá, 20,8% da população não tinha sido ainda recenseada. Em São Paulo, ainda faltava recensear 16% dos habitantes, e no Rio de Janeiro, 15,1%. Outros estados com lacunas de dois dígitos no recenseamento são Rondônia (17,3% da população não recenseada), Espírito Santo (13,4%), Tocantins (11,8%), Pará (11,7%), Acre (11,6%) e Distrito Federal (13,9%).

Os Estados com maior cobertura foram Santa Catarina (98,1% da população recenseada), Piauí (97,2%), Paraíba (95,8%) e Roraima (94,5%).

O IBGE tem alertado sobre a dificuldade de recenseamento em residências de alta renda, mas a força-tarefa em favelas mostra que há lacunas também nas demais faixas de rendimentos. Moradores têm recebido notificações com ameaças de multa por não terem respondido ainda ao levantamento.

A coleta do Censo, iniciada em 1º de agosto de 2022, se estenderia inicialmente até o fim de outubro do ano passado. Após uma série de dificuldades para contratação, pagamento e manutenção de recenseadores atuando no trabalho de campo, o prazo foi prorrogado sucessivas vezes. A coleta tem como data de referência as condições em que vivia a população brasileira no dia 31 de julho de 2022.

"Correndo tudo como planejado, o IBGE tem previsão de divulgar os primeiros resultados do Censo no final de abril", informou o IBGE ao <i>Estadão/Broadcast</i> (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).

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