O aumento no número de ocupados na passagem de setembro para outubro ainda não parece ter característica sazonal, uma vez que as contratações se deram de forma espalhada entre as atividades, mas sem nenhum movimento estatisticamente significativo entre elas, observou Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de ocupados nas seis principais regiões metropolitanas do País foi de 0,8% em outubro ante setembro, o equivalente à criação de 175 mil postos de trabalho, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Emprego.
“Esse aumento na ocupação foi espalhado pelas diversas atividades econômicas. Não houve um grupamento que apontasse crescimento significativo na ocupação. Então foi um comportamento de variações pequenas na ocupação em diversos grupamentos”, ressaltou Adriana.
No último trimestre do ano, o mercado de trabalho registra um movimento sazonal de contratação de trabalhadores temporários para atender ao aumento na demanda impulsionado pelas festas de fim de ano.
“Não sei se seria pertinente associar (o aumento na ocupação) a essa questão da sazonalidade, porque no caso do comércio, por exemplo, não está acontecendo. A indústria não está dispensando, fato. Pode ser que seja um processo de interrupção de demissões na indústria. Mas também tem aumento (de ocupados) na construção”, lembrou Adriana.
O comércio é o setor que mais costuma puxar as contratações de temporários no fim do ano. Entretanto, a atividade foi a única a efetivar demissões em outubro. O recuo no número de ocupados no comércio foi de 0,7% em relação a setembro, com a eliminação de 32 mil vagas.
A técnica do IBGE ressaltou que, apesar do comportamento mais favorável no mercado de trabalho na passagem de setembro para outubro, de um modo geral, o comportamento da ocupação tem se mantido estável em 2014.
“A ocupação não tem mostrado variação estatisticamente significativa ao longo de 2014. Esse indicador tem tido mais estabilidade”, disse ela. “Mesmo com esse aumento da ocupação, que a gente não vinha vendo nos últimos meses, a taxa (de desemprego) continua (estatisticamente) estável”, apontou.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a taxa de desemprego vem se reduzindo significativamente, mas ainda puxada pela redução na fila do desemprego e aumento no número de inativos, completou ela.