A coleta de preços na Região Metropolitana de Porto Alegre para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de maio já estava 70% completa quando houve o desastre provocado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os cerca de 30% restantes foram obtidos através de esforços de coleta predominantemente remota na região, via telefone ou internet, e também, quando possível, em modo presencial. No entanto, houve impossibilidade de obter informações de alguns subitens, que precisaram passar por uma imputação de dados, como foi o caso de algumas hortaliças e verduras.
A inflação apurada pelo IPCA-15 na Região Metropolitana de Porto Alegre foi de 0,86% em maio, atrás apenas do resultado de Salvador, onde os preços subiram 0,87%. A taxa do IPCA-15 de maio foi de 0,44% na média nacional.
"Em razão da situação de calamidade pública na região metropolitana de Porto Alegre, área de abrangência da pesquisa, a coleta de preços na modalidade remota foi intensificada, permanecendo, também, a coleta em modo presencial quando possível", informou o IBGE.
A coleta de preços para o IPCA-15 deste mês se estendeu de 16 de abril a 15 de maio de 2024. As informações apropriadas no índice de maio, divulgado nesta terça-feira, 28, "foram validadas com base nas metodologias de cálculo, crítica e imputação de preços vigentes no Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC)".
"Cabe informar que o calendário de coleta do mês de maio iniciou em 16/04 e finalizou em 15/05, e a coleta remota de preços foi intensificada a partir do dia 06/05, quando aproximadamente 70% dos preços já tinham sido coletados. Ainda assim, nem todos os subitens puderam ser coletados por telefone ou pela internet, como foi o caso de alguns subitens do item hortaliças e verduras. Nos casos de ausência de preços foi realizada a imputação dos dados, procedimento previsto e descrito na publicação Sistema nacional de índices de preços ao consumidor: Métodos de cálculo – 8ª edição ", acrescentou o instituto, em nota.
A metodologia prevê imputação através de uma média de preços de similares ou carregamento da observação do mês anterior, por exemplo.
O IBGE frisou ainda que é vedada a revisão de dados de índices de preços que são utilizados como base para correção monetária de contratos, o que inclui o IPCA-15.
"A Política de Revisão de Dados Divulgados das Operações Estatísticas do IBGE estabelece que os índices de preços utilizados como indexadores de inflação na correção monetária de contratos públicos e privados não são revisados, para garantir a segurança jurídica dos contratos. Neste contexto estão incluídos os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 – IPCA-15 e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial – IPCA-E", relembrou o órgão.
A Região Metropolitana de Porto Alegre responde por uma fatia de 8,61% na formação da taxa do IPCA-15.