A alta de 1,28% nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em junho foi decorrente de altas em 19 das 24 atividades pesquisadas, segundo dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O setor de alimentos puxou o índice, sendo responsável por 0,36 ponto porcentual (p.p.) de influência na variação de 1,28% da indústria geral. Outras atividades que também sobressaíram foram outros produtos químicos, com influência de 0,31 p.p., metalurgia, com 0,19 p.p., e indústrias extrativas, com 0,08 p.p.
Em termos absolutos, as quatro atividades com as maiores variações de preços foram os chamados outros produtos químicos (3,93%); outros equipamentos de transporte (3,67%); metalurgia (2,99%); e fumo (2,83%).
<b>Alimentos</b>
O setor de alimentos experimentou uma alta de 1,48% no Índice de Preços ao Produtor de junho. Esta foi a terceira alta mensal seguida dos alimentos no índice, e a mais alta das três, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em termos de influência, respondendo por 1,10 ponto porcentual da variação de 1,48% dos alimentos em maio ante junho, os produtos de maior destaque são o "óleo de soja em bruto, mesmo degomado"; "açúcar VHP (very high polarization)"; "carnes e miudezas de aves congeladas" e "café torrado e moído", informou o IBGE.
<b>Contextos </b>
O aumento de preços de "óleo de soja em bruto, mesmo degomado" está ligado tanto à variação positiva do preço da soja na esteira da depreciação do real e, tão logo, aumento da demanda externa, como à pressão de demanda exercida pelos biocombustíveis, que usam o óleo como matéria-prima.
Mesmo com o avanço da safra da cana-de-açúcar, os preços do açúcar VHP avançaram, em boa medida devido à depreciação de 5,0% do real frente ao dólar no período, detalhou o IBGE.
O aumento do preço do café, em que pese o período de colheita, responde a incertezas do mercado mundial, particularmente em torno da capacidade produtiva do Vietnã, exportador de relevo do produto, além de, novamente, a depreciação do real frente ao dólar.
No caso de "carnes e miudezas de aves congeladas", a demanda externa, associada à depreciação do real, está por trás do avanço observado.
Na comparação entre junho e maio, apenas dois grupos evoluíram acima da média de 1,48% dos alimentos: "fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais" (2,86%) e "torrefação e moagem de café" (7,90%).