Quase um quinto da população brasileira com mais de 18 anos sofreu algum tipo de agressão psicológica, física ou sexual entre 2018 e 2019. Além disso, 12% desse grupo deixou de realizar atividades do cotidiano em função disso. A estimativa consta da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, divulgada nesta sexta-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A população brasileira maior de idade era composta por 159,17 milhões de pessoas em 2019. Segundo a PNS – que se baseou em uma amostra de 108 mil domicílios em todo o País – 29,1 milhões de pessoas com 18 anos ou mais (equivalente a 18,3%) foram vítimas de algum tipo de agressão nos 12 meses anteriores à entrevista. Desse grupo, 27,6 milhões sofreram violência psicológica, 6,6 milhões violência física, e 1,2 milhão, sexual.
O levantamento apontou que, entre as vítimas, mulheres são a maioria. Pessoas que se declararam pretas e pardas também estiveram entre as maiores vítimas de agressão. Os dados revelam ainda que a maior parte dos agressores são pessoas conhecidas.
A PNS também perguntou aos entrevistados com 18 anos ou mais se eles já haviam sofrido algum tipo de violência sexual em algum momento da vida – 8,9% das mulheres responderam afirmativamente. O questionário que embasou a PNS perguntou aos entrevistados pela primeira vez sobre sintomas ou diagnósticos médicos de doenças transmissíveis, incluindo infecções sexualmente transmissíveis (IST).
Os pesquisadores estimam que 0,6% da população maior de idade (cerca de 1 milhão de pessoas) tiveram diagnóstico de IST nos 12 meses anteriores à entrevista. Ainda segundo a PNS, a estimativa é de que 2,6 milhões de pessoas com 18 anos ou mais sofreram algum acidente de trabalho entre 2018 e 2019. Dessas, 68,7% eram homens, e 31,3%, mulheres.
Além disso, quase metade (49%) das pessoas ocupadas com 15 anos ou mais estavam expostas a fatores que poderiam afetar sua saúde. Eram riscos oferecidos por ruído, materiais radioativos, resíduos urbanos ou material biológico, entre outros.
Outro dado que chamou a atenção fala da rede de amparo familiar – ou da falta dele. De acordo com o estudo, quase 3 milhões de pessoas não o têm. Desse grupo, 603 mil são idosos.