A safra agrícola de 2023 deverá totalizar 296,209 milhões de toneladas, um salto de 12,6% em relação ao resultado de 2022, o equivalente a 33,1 milhões de toneladas a mais. Se confirmado, será mais uma safra recorde. Os dados são do terceiro e último Prognóstico da Produção Agrícola, divulgado nesta quinta-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em relação ao segundo prognóstico, referente a novembro, a projeção para a produção agrícola de grãos em 2023 foi ajustada ligeiramente para cima, com alta de 0,8%, ou 2,2 milhões de toneladas a mais.
Além disso, os produtores brasileiros deverão plantar 75,256 milhões de hectares na safra agrícola de 2023, uma elevação de 2,7% em relação à área colhida em 2022.
<b>Soja</b>
O novo recorde de produção esperado para a safra agrícola de 2023 será puxado por um salto na produção de soja, após a quebra de 2022, mostram os dados do terceiro e último Prognóstico da Produção Agrícola.
Com uma forte recuperação após a quebra de 2022, causada pela seca da Região Sul no verão passado, a produção de soja deverá atingir o recorde de 148,4 milhões de toneladas, salto de 24,1% ante o ano passado. Entre o segundo prognóstico, referente a novembro de 2022, e o terceiro prognóstico, de dezembro, o IBGE elevou a projeção para a safra de soja em 1,3%.
"O crescimento anual da produção se deve, principalmente, à expectativa de incremento no rendimento médio da cultura, que deve superar em 18,9% o alcançado em 2022, somado a expansão de 4,5% nas áreas de cultivo, totalizando 40,9 milhões de hectares", diz a nota divulgada pelo IBGE.
<b>Milho</b>
O milho também dará sua contribuição no resultado geral da safra em 2023, renovando o recorde registrado em 2022, mostram os dados do terceiro e último Prognóstico da Produção Agrícola.
A produção total de milho deverá atingir 116,4 milhões de toneladas, alta de 5,7% em relação a 2022. Em 2022, o forte aumento, de 36,4%, na produção da segunda safra de milho garantiu a safra recorde de grãos.
Para a primeira safra de milho de 2023, o IBGE projeta a produção de 29,6 milhões de toneladas, crescimento de 16,2% em relação à safra de 2022, "com destaque para a produtividade das lavouras que deve aumentar 13,9%", segundo a nota divulgada pelo órgão de estatística.
Para o milho de segunda safra, que nos últimos anos tem respondido pela maior parte da produção total, o IBGE projeto 86,9 milhões de toneladas, aumento de 2,5% em relação a 2022.
<b>Arroz, feijão e algodão</b>
Se a nova safra recorde prevista para 2023 será garantida pelos principais produtos da agricultura brasileira, a soja e milho, as produções de arroz e de feijão deverão registrar queda, enquanto a safra de algodão poderá manter seus níveis elevados.
A projeção do IBGE para a produção do algodão herbáceo em caroço é de 6,8 milhões de toneladas, um aumento de 1,3% em relação ao ano anterior. Em 2022, a produção de algodão saltou 15,2% ante 2021. "Em 2022, o clima favoreceu a produção do algodão, notadamente na 2ª safra, época em que a maior parte da cultura é cultivada", diz a nota do IBGE.
Já as produções de arroz e feijão, destinadas ao abastecimento do mercado interno, deverão cair em 2023. A safra de arroz deverá somar 10,3 milhões de toneladas, conforme o terceiro prognóstico do IBGE. Se confirmada, a safra será 3,4% menor do que a de 2022, com declínio de 4,3% na área a ser colhida. Apesar da redução, o IBGE avalia, em nota, que "essa produção deve ser suficiente para abastecer o mercado brasileiro".
Já a produção total de feijão deverá atingir 3,0 milhões de toneladas em 2023, na soma de suas três safras, projeta o IBGE. Se confirmada a estimativa, será uma queda de 3,2% em relação à safra colhida em 2022.
"A 1ª safra deve produzir 1,1 milhão de toneladas; a 2ª safra, 1,2 milhão de toneladas e a 3ª safra, 641,7 mil toneladas. Essa produção deve atender ao consumo do mercado interno em 2023", diz a nota do IBGE.