O crescimento de 0,8% nas vendas do comércio varejista em junho, ante o mesmo período do ano anterior, foi o pior resultado para o mês desde 2003, quando houve recuo de 5,6%, ressaltou Juliana Vasconcellos, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Seis das dez atividades que integram a Pesquisa Mensal de Comércio tiveram queda nas vendas em junho, em relação a junho de 2013: outros artigos de uso pessoal e doméstico (7,9%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (7,7%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,5%); móveis e eletrodomésticos (0,1%); livros, jornais, revistas e papelaria (-12,1%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-7,0%); tecidos, vestuário e calçados (-2,5%); combustíveis e lubrificantes (-3,0%); veículos e motos, partes e peças (-18,7%); e material de construção (-4,7%).
O segmento de veículos foi o que mais contribuiu para conter o desempenho do varejo ampliado no mês, seguido por material de construção. “Veículos, após cinco anos de incentivos e um maior comprometimento da renda das famílias, não está tendo mais renovação, uma demanda para consumo desse tipo de bens”, apontou Juliana.
A pesquisadora acrescentou que houve também influência da redução no ritmo de crescimento do crédito e no número de dias úteis em junho por causa da Copa do Mundo. “Em material de construção também, as obras de reformas foram adiadas em função da Copa do Mundo, e o ritmo de concessão de crédito também diminuiu”, explicou. Segundo Juliana, a taxa de crescimento acumulada em 12 meses do comércio varejista mostrava ascensão em 2012, e certa estabilidade em 2013. “E agora, no último trimestre, já está ali declinando”, notou.