O Ibovespa desacelerou a alta nesta quinta-feira, seguindo Nova York, depois de ter superado pontualmente o recorde histórico nominal dos 131.190,30 pontos do dia 7 de junho de 2021 (131.190,30 pontos). Na máxima de hoje, marcou 131.259,81 pontos, em alta de 1,39%, seguindo o bom humor internacional.
Os índices futuros de ações de Nova York diminuíam um pouco a elevação, após as vendas do varejo mostrarem aumento de 0,3% em novembro, ante previsão de recuo de 0,2%. Já os pedidos de auxílio-desemprego caíram 19 mil na semana, a 202 mil, na comparação com expectativa de 223,5 mil.
Nem mesmo a queda do minério de ferro em Dalian, na China, atrapalha o movimento, dado que as ações da Vale – com maior peso no indicador – avançam cerca de 1,00%.
"O Powell deu a deixa para o mercado todo, para os bancos centrais. Ontem, deixou claro que 2024 será ano de corte dos juros americanos", diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, ao referir-se a falas do presidente do Fed, Jerome Poweel, após o BC americano deixar os juros no nível atual, em torno dos 5,00%.
O bom humor internacional ainda ecoa a sinalização de Powell, de início de corte dos juros nos Estados Unidos em 2024. Os índices futuros de Nova York e as bolsas europeias avançam. Aqui, o dólar à vista e os juros futuros cedem.
Ontem, o Índice Bovespa fechou em alta de 2,24%, aos 129.465,08 pontos, com volume financeiro acima da média diária de cerca de R$ 20 bilhões. "Tudo bem que teve vencimento de opções sobre o Ibovespa, mas indica consistência", resume Laatus.
O Ibovespa e algumas ações ligadas ao consumo sobem apesar da fraqueza da atividade retratada nas vendas do varejo brasileiro de outubro, divulgadas hoje. O movimento pode reforçar a pressão sobre o Banco Central (BC) para que acelere o ritmo de queda da Selic, sobretudo após ontem indicar que manterá a atual velocidade.
"No fundo, o Copom não decepcionou, é que o mercado sempre quer mais. Cortou 0,50 ponto porcentual e deixou a porta aberta para mais quedas. Isso também é positivo. A chance de o Ibovespa bater máximas é grande", completa Laatus.
O Copom reduziu a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, de 12,25% para 11,75% ao ano. A decisão, novamente unânime, veio em linha com a expectativa consensual nos mercados. Como ressalta a MCM Consultores, o comunicado sofreu poucas alterações. "Nosso cenário contempla o avanço do ciclo de redução da Selic até julho, e a taxa básica alcançaria 9,5%, patamar que seria mantido até o final de 2024", cita em nota.
Enquanto isso, a agenda fiscal segue no radar, com a aprovação da LDO na Comissão Mista de Orçamento, menciona em relatório o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.
Ontem, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 foi aprovada na Comissão Mista de Orçamento (CMO). Depois da votação de destaques (tentativas de alteração do texto principal), o projeto vai para o plenário do Congresso, composto por todos os deputados e senadores.
Às 10h53, o Ibovespa subia 1,02%, aos 130.782,35 pontos, ante máxima aos 130.935,14 pontos, com elevação de 1,14%, perto do maior nível intradia visto em 7 de junho de 2021 (131.190,30 pontos). O dólar à vista caía 0,41%, a R$ 4,9002.