O Ibovespa, principal índice da BM&FBovespa, fechou o último dia da semana em terreno negativo, registrando o quarto dia consecutivo de queda. Nesta sexta-feira, 26, o volume baixo trouxe volatilidade ao índice que chegou a subir mais de 1% na abertura, mas com o PIB mais forte dos EUA e com dados domésticos ruins, perdeu força, inverteu o sinal no início da tarde para fechar com baixa de 0,70%, aos 41.593,08 pontos, e giro financeiro de R$ 4,768 bilhões. O índice registrou máxima aos 42.495 pontos (+1,45%) e mínima aos 41.417 pontos (-1,13%). No mês, somou ganhos de 2,94% e, no ano, recuo 4,05%. As perdas acumuladas em quatro pregões praticamente anularam o ganho de 4,07% da segunda-feira e o índice fechou a semana com alta de 0,12%.
“O mercado acionário brasileiro está muito dependente do capital estrangeiro e hoje aparentemente eles não estiveram presentes nos negócios, e o investidor doméstico está bastante desestimulado com as notícias econômicas e políticas do País”, explicou o gerente da área de análise da Planner Corretora, Mario Roberto Mariante. Dois indicadores domésticos divulgados nesta sexta-feira ajudaram no pessimismo dos investidores: o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) atingiu 12,08% no acumulado dos 12 meses encerrados em fevereiro, o maior nível desde outubro de 2008, quando ficou em 12,23%, e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de janeiro, que mostrou saldo líquido negativo de 99.694 postos de trabalho, o pior resultado para o mês desde 2009, segundo o Ministério do Trabalho e Previdência Social.
“Fora isso, há um ajuste de carteiras por conta da proximidade do final do mês e algumas notícias corporativas negativas, como foi o caso de BRF hoje”, ressaltou Mariante. BRF ON recuou 7,68% nesta sexta-feira. A empresa apresentou seu resultado financeiro do quarto trimestre e de 2015 na manhã de hoje, que mostrou desaceleração nos volumes domésticos e sinais de contração nas margens no mercado internacional. Entretanto, as mudanças na diretoria pesaram mais sobre os papéis da companhia. A diretora-geral de Operações no Brasil, Flávia Faugeres, deixou a companhia. Para sua função, entram o general manager de Vendas & Marketing, Rafael Ivanisk, e o de Planejamento & Distribuição, Leonardo Almeida Byrro. O atual diretor de Finanças e Relações com Investidores, Augusto Ribeiro Júnior, também saiu do cargo e será substituído por Alexandre Borges, atual general manager Latam, como vice-presidente de Finanças e Gestão. O fato também contaminou o desempenho das ações das outras empresas do setor: Minerva ON recuou 5,33%; JBS ON diminuiu 3,54% e Marfrig teve queda de 4,17%.
O desempenho de hoje do principal índice da BM&FBovespa ainda foi influenciado pelas blue chips, que, mesmo que não tenham sido destaque de baixas, operaram em terreno negativo, pressionando o Ibovespa. Com queda nos preços do petróleo no mercado internacional, Petrobras PN diminuiu 0,41% e ON, 1,29%. Já Vale PNA recuou 0,86% e ON, 0,18%.