Estadão

Ibovespa cai, apesar de alta externa, em dia de vencimento de opções

O Ibovespa até testou moderada alta no início do pregão, mas sucumbiu à queda instantes depois, apesar do humor externo e de algumas notícias corporativas internas positivas como a de que a exclusão do ICMS do cálculo do PIS/Cofins pode resultar à Petrobras uma recuperação de R$ 4,4 bilhões. O dia promete ser volatilidade.

O vencimento de opções sobre ações nesta sexta-feira, quando a B3 inicia um novo modelo do exercício, que vai automatizar as operações e deslocar os vencimentos para as mesmas datas no mercado internacional. Ontem, o Ibovespa fechou com leve alta, de 0,05%, aos 122.700,79 pontos.

Às 10h51, cedia 0,21%, aos 122.447,15 pontos, após máxima intradia aos 122.799,36 pontos, enquanto a mínima fora de 122.290,57 pontos.

Para Rodrigo Knudsen, gestor da Vitreo, não há hoje um grande motivador no noticiário que possa conduzir fortemente o índice brasileiro de ações. "Já se aproximou das máximas em torno de 123 mil pontos do início do ano e a notícia da semana foi a ata do Fed indicando debate sobre retirada de estímulos e alta de juros nos EUA. Isso e mais o vencimento podem trazer volatilidade, fazendo com que os preços variem marginalmente para cima ou para baixo sem fundamentos", descreve.

Além disso, o investidor fica de olho nas afirmações feitas em live ontem pelo presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, "têm certos preços de combustíveis que não têm cabimento continuar" no País. Indicou que isso pode ser resolvido e "não é na canetada, não, fiquem tranquilos."

Knudsen lembra que esse tipo de assunto, de risco de intervenção existe há tempos e sempre incomoda o mercado, sendo uma das razões para que o papel sofra em relação a seus pares. Contudo, a entrada de recursos com a exclusão do ICMS do cálculo do PIS/Cofins pode beneficiar os papéis. "Fora que o petróleo está avançando." Por ora, as ações da Petrobras avançam na faixa de 1%.

Já os papéis ligados a commodities metálicas cedem. O minério de ferro voltou a fechar em queda na China, penalizando as ações. A commodity fechou em baixa de 5,25% nesta sexta-feira, a US$ 200,72 a tonelada, no porto chinês de Qingdao. "O minério de ferro, que segue em baixa por conta de possíveis ações do governo chinês para conter a alta dos preços das commodities metálicas", ressalta em nota a MCM Consultores.

Foco ainda em Usiminas, que adiou, por dez meses, o início da reforma do Alto-Forno número 3 (AF3) da Usina de Ipatinga, que estava prevista para meados de 2022, e aprovou valor complementar de dividendos de R$ 0,0045 por ação ON e R$ 0,0050 por ação PN, totalizando R$ 5,88 milhões, aos detentores com posição acionária de 25 de maio. Perto de 11 horas, os papéis da companhia cediam 0,79%.

Externamente, renovados indicadores mostrando recuperação da economia mundial, que impulsiona os ativos acionários internacionais, podem motivar investidores às compras na Bolsa. Entre os destaques, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que engloba os setores industrial e de serviços, subiu de 53,8 em abril para 56,9 em maio. O indicador atingiu o maior nível em 39 meses.

Um outro teste importante vem do PMI Composto americano de maio, bem como de discursos de membros do Federal Reserve esperados para hoje. O PMI Composto subiu a 68,1 este mês, nível recorde, enquanto o de serviços avançou a 70,1 (previsão de 64,3) e o industrial, 61,5 (previsão de 60,5).

Investidores ficarão atentos nas palavras dos dirigentes do Fed em busca de sinais sobre mudanças na política monetária, em meio ao avanço acelerado da inflação. Hoje, a presidente do Banco Central Europeu (BC), Christine Lagarde afirmou que o apoio monetário será necessário para sustentar a recuperação. Em evento mais cedo, o presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, não comentou sobre política monetária. Ele voltará a falar hoje e haverá discursos de outros dirigentes.

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